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Pedro Benedito Maciel Neto

Pedro Benedito Maciel Neto é advogado, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007.

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Democracia onde?

As manifestações da avenida Paulista foram, na realidade, contra a democracia e atenderam interesses que não são do país e do nosso projeto constitucional de nação. Não há país, não há democracia

São Paulo - Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff (Rovena Rosa/Agência Brasil) (Foto: Pedro Benedito Maciel Neto)
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Na época das manifestações da avenida Paulista, regadas a espumante, canapés e muita gente e alguns capitães-do-mato, branca, era possível assisti-las como verdadeiro reality show, pela Globo News.

De lá para cá o Golpe de Estado vem se desenvolvendo de forma sofisticada e implacável, tudo para manter a agenda neoliberal, o desmente do Estado e o atendimento aos interesses das corporações internacionais.

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Após os fatos que ocorreram em 1964, desde a derrota do eterno neto em 2014 até hoje, mais uma vez a classe média serve de massa de manobra dos interesses que um governo progressista contrariava. Foi assim em 1964, basta recuperar os fatos, fotos, estudar a História ou comparar as manchetes dos jornais da época com os de hoje.

Penso que as manifestações da avenida Paulista foram, na realidade, contra a democracia e atenderam interesses que não são do país e do nosso projeto constitucional de nação.

As manifestações foram amplamente apoiadas pelas famílias que detém o controle da mídia, os mesmos veículos de comunicação apoiaram o golpe em 1964.
O resultado foi a desconstrução de 30 anos de democracia.

As manifestações, o impeachment, a vergonhosa politização de parcela significativa do Poder Judiciário e do Ministério Público, a corrosão ética da classe política e o desserviço que segmentos da imprensa estão a prestar ao país nos trouxeram ao fim do mundo e ao caos institucional.

Não há país, não há democracia.

É curioso que sempre que um governo contrariou os interesses dos banqueiros, rentistas e grandes industriais o "método" foi o mesmo, criminalizar os inimigos da plutocracia, basta que lembremos o que ocorreu com Getúlio, JK, Jango, Dilma Rousseff e agora com Lula, que será impedido de candidatar-se à presidência.

Todos deveriam estudar História.

O método da plutocracia e dos seus vassalos é sempre o mesmo, desmoralizar, caluniar, criminalizar. O que fazem com Lula é reprodução do que ocorreu com Getúlio em 1954, com JK durante todo o seu governo, com Jango em 1961 e 1964 e com Dilma em 2016.

Coincidentemente, as três derrotas da UDN (para Getúlio, JK, Jânio/Jango) desencadearam uma campanha midiática que levou ao golpe de 1964 (a UDN de hoje está aninhada no PSDB e nos seus desprezíveis satélites, trata-se da neo-UDN).

A quarta derrota da neo-UDN, representantes fieis da FEBRABAN, da FIESP e dos interesses internacionais, desencadeou o golpe de 2016 e estará concluído com a definitiva criminalização de Lula e seu banimento da política. O último capitulo será a cassação do registro do PT. Esse é o roteiro.

Sigo perplexo com a capacidade que os meios de comunicação têm em potencializar momentos de tensão institucional e instabilidade política em favor de seus interesses e a serviço de seus senhores.

O método de construção do caos, de manipulação da classe média através da mídia e dos "especialistas" é o mesmo do cenário do golpe de 1964. Hoje, como em 1964, interesses internacionais tutelados pelas oligarquias nacionais e pelos senhores da mídia depuseram João Goulart, um presidente eleito democrática e constitucionalmente, e o Brasil seguiu a agenda de todos os países do então terceiro e o povo viveu sem democracia por 21 anos, atendendo agenda internacional.

O golpe de 2016 seguei o mesmo método: criminalização da Política, criminalização da esquerda, espetaculização disso tudo.

A novidade é a judicialização da política e a politização do Poder Judiciário ou, noutras palavras, a transferência para um Poder "confiável" as decisões que são originariamente da sociedade, da seara política e pelo voto.

Sem voto e sem política não é possível falarmos em Democracia. E sem democracia a farsa patrocinada pelos golpistas, não resistirá ao Tempo e à verdade.

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