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Walmir Damaceno

Coordenador geral do Ilabantu (Instituto Latino Americano de Tradições Bantu), dirigente tradicional do terreiro de Candomblé Inzo Tumbansi, representante na América Latina do Centro Internacional das Civilizações Bantu (Ciciba)

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Derrubar Jair Bolsonaro e seu governo de ataques à cultura tradicional africana

A violência aumenta na cidade e no campo e atinge brutalmente a população negra brasileira, historicamente explorada pelas classes dominantes locais

Ato Contra o Genocídio da Juventude Negra (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
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Fruto de uma eleição antidemocrática, que cassou o direito do ex-presidente Lula (PT) de ser candidato e ocorreu no meio de um processo de golpe de Estado, o governo de Jair Bolsonaro mostrou, em seus mais de dois anos de existência, que veio para aprofundar a política de ataques contra o povo brasileiro.

A violência aumenta na cidade e no campo e atinge brutalmente a população negra brasileira, historicamente explorada pelas classes dominantes locais. A perseguição contra as culturas tradicionais de matrizes africanas, como o candomblé e umbanda, deu um salto extraordinário e um clima de intensa violência atinge os adeptos da espiritualidade e da ancestralidade negra.

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Não é que antes não houvesse perseguição, violência e preconceito contra povos tradicionais de Terreiros, mas, com o golpe de Estado de 2016 e sua consequência eleitoral, que levou Bolsonaro ao poder, a extrema direita brasileira levantou a cabeça e ficou mais livre para atuar contra terreiros de candomblé e umbanda, seus líderes culturais e seus integrantes.

Ameaçados por capangas fascistas e milicianos, líderes espirituais estão sendo obrigados a fechar seus terreiros e abandonarem suas casas para fugir dos ataques físicos, das invasões e do vandalismo. Famílias inteiras têm sua sobrevivência lesada. 

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Enquanto isso, a polícia - e, portanto, o Estado - não apenas é conivente com a situação, como muitas vezes prejudica a apuração de crimes cometidos contra os membros das culturas tradicionais africanas. Delegados se negam a registrar boletins de ocorrência e, quando abre-se algum termo para investigação, nunca avança da apuração. 

Caso recente que vale ser destacado é o ocorrido no entorno de Brasília durante a perseguição da polícia do Goiás, estado dominado por latifundiários fascistas (como o governador Ronaldo Caiado, da UDR, assassina de Sem Terras), ao suposto assassino em série Lázaro Barbosa, executado a sangue frio pelas forças de repressão. Durante a caça, integrantes da polícia invadiram terreiros de candomblé e, com o uso da força, intimidaram quem estava presente.

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Neste sentido, percebe-se que, longe de um regime democrático, o Brasil se encaminha para uma ditadura fascista, com cada vez mais membros das Forças Armadas no controle do regime político. Naturalmente, as culturas tradicionais de matrizes africanas só têm a perder com isso e, portanto, é preciso resistir contra o avanço da extrema direita.

Como comprova a experiência, por mais que seja necessário atuar em todas as frentes, o caminho das instituições não irá resolver o problema; ficou claro com a recente viagem do vice-presidente, general Hamilton Mourão, a Angola que o Estado brasileiro tem servido como instrumento de negociação para favorecer os interesses dos neopentecostais, como a multinacional brasileira da fé - Igreja Universal do Reino de Deus, do bolsonarista Edir Macedo.

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É preciso ir além disso, unindo forças com as grandes organizações de luta do povo brasileiro, como a CUT, o MST e outros movimentos sociais que também têm sofrido com as agressões da extrema direita, em sindicatos, em assentamentos sem terra, em ocupações de moradia etc. Ademais, buscar apoio nos partidos da esquerda que controlam essas organizações e lideram o movimento de luta por “Fora Bolsonaro”. Apenas com essa união será possível colocar com urgência a pauta das culturas tradicionais africanas em debate entre amplos setores combativos e, assim, criar um amplo movimento para derrotar a extrema direita e o governo.

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