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Luiz Henrique Dias

Professor, gestor público e mestrando em História da UNILA

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Desafios para o novo presidente

Bolsonaro tem ainda um outro desafio, tão grave quanto o econômico: não permitir que a eleição continue e o discurso de ódio - dele e de parte significativa de seus eleitores - saia das falas e dos comentários de internet e ganhe as ruas, o mundo real

Desafios para o novo presidente (Foto: Agência Brasil)
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Depois de tomar posse no Congresso Nacional, o agora Presidente da República Jair Bolsonaro discursou para convidados, congressistas e chefes de estado, usando um tom exatamente igual ao que o elegeu:

- Eleito por um milagre perante os inimigos da pátria (menção à facada durante a eleição)
- Levado ao poder pelo povo nas ruas
- Disposto a combater a ideologia de gênero e a doutrinação política nas escolas
- Garantir o direito à defesa aos cidadãos de bem (porte de arma)
- Compromisso com as forças policias e as forças armadas
- Livre mercado, política fiscal dura e pacto - federativo - nacional

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Além disso, reiterou o discurso judaico-cristão, citou Deus diversas vezes e afirmou usar critérios técnicos para escolha de sua equipe.

A estratégia de reafirmar motes de campanha para gerar verdades, mesmo não sendo elas verdades, como no quesito "escolha técnica" sendo sua equipe de transição, membros de sua família e ele mesmo alvos de denúncias gravíssimas, era esperada.

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Da mesma forma como era esperada seu silêncio quanto às reformas, em especial a da previdência, que terão dificuldades de andar no Congresso e podem prejudicar a relação de Bolsonaro com o mercado e até com setores conservadores da imprensa.

Passada a posse, o mundo virtual perde força e começam agora os choques do mundo real, onde o desemprego atinge 14 milhões de pessoas e o subemprego, a volta à miséria e o desalento em massa atingem números inimagináveis há menos de uma década.

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Bolsonaro, para entrar para a história como diz querer fazer e como a maior parte de seus eleitores apostou, precisa dar respostas a esse mundo de concretude, gerar emprego, reduzir a violência efetivamente - não colocando policiais pobres para matar bandidos pobres e armar quem não pode ser armado e ser permissivo com bandidos ricos - sem populismo de discurso, proteger o país dos ricos de estar subjugado por nações ricas e por uma elite sem compromisso nacionalista.

Nos dois últimos quesitos, se seu plano e discurso forem seguidos à risca, retrocederemos séculos nas relações de soberania e econômicas multilaterais e décadas nas relações sociais.

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Bolsonaro tem ainda um outro desafio, tão grave quanto o econômico: não permitir que a eleição continue e o discurso de ódio - dele e de parte significativa de seus eleitores - saia das falas e dos comentários de internet e ganhe as ruas, o mundo real.

E de garantir a paz, a democracia plena, a justiça verdadeira e a liberdade de expressão.

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Mesmo sem dar sinais de que ele será capaz, pelo que diz, disse, fez como pessoa pública e tem feito desde sua vitória, nosso papel agora é esperar e fazer uma oposição responsável com nosso país e compromissada com todos e coerente com os quase 45% dos brasileiros que disseram não a Bolsonaro.

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