Desconstruindo Moro e Bolsonaro – no mesmo balaio
Enfim. Ainda é cedo para algumas certezas. Todavia, seguimos estudando os fatos, os fabricados e os reais, para traçarmos as melhores estratégias de defesa do interesse de quem realmente precisa – e não sabe que está sendo enganado: o povo!
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Não: Bolsonaro não é inimigo do Moro. Sim: Moro é cúmplice de Bolsonaro!
Começo este texto deixando claro que as forças políticas progressistas haverão de ter toda a sabedoria e senso de estratégia para interpretar e agir diante de um novo xadrez (previsível, mas não agora) no cenário político brasileiro: a saída de Sérgio Moro, o “Juiz Ladrão”, do Ministério da Justiça.
Não se pode cair na armadilha de, nessa cena da saída de Moro, ao denunciar Bolsonaro por seus desmandos, esquecer os desmandos do ex-juiz da mentira da Lava Jato. Veja: não há dicotomia aí entre estes atores políticos. São a face da mesma moeda fascista, cruel e patrimonialista do Estado; são mais do mesmo; são farinha do mesmo saco; é o mesmo balaio podre da velha política hipócrita e demagoga, que finge para a sociedade uma imagem de “coisa boa”.
Moro nunca foi honesto[1]. E ao se demitir do ministério, ele confessa dois crimes: um dele (pedir pensão ilegal para a família); e outro de Bolsonaro: que o Presidente do Brasil queria um fantoche dentro da Polícia Federal para lhe repassar informações de investigações sigilosas – claro, principalmente de seus filhotes milicianos). Portanto, Sérgio Moro é um pecador como outro qualquer, ou daí para pior.
Bolsonaro: todos já sabemos que ele e seus filhos, 01, 02 e 03 (ainda bem que não tem mais na política) estão até o pescoço envolvidos com diversos crimes, tanto de colarinho branco, quanto de contravenção (junto às milícias do Rio de Janeiro).
Porém, o que importante neste texto é lançar uma problemática: a necessidade de continuar a desconstruir a figura falso-mitológica de Jair Bolsonaro. Entretanto, trazendo para o esteio momentâneo também Sérgio Moro, esta fraude de “herói” que usa de falácias para prevalecer a paixão de seus devotos. Trata-se, portanto, de produzir uma narrativa do real que dilacere a capa que esconde estes pseudos-representantes do imaginário de seriedade do povo.
A verdade é que seus crimes, sinceramente, importam tão menos que as maldades que, por esta força política subtraída a partir das fake news por estes dois, tem produzido uma avalanche de retirada de direitos da classe trabalhadora. E é por isso que, um sai do poder (talvez temporariamente); o outro ainda continuará (não sabemos por quanto tempo).
É bem verdade também que duas nuvens da política se moveram no céu azul de Brasília (e é preciso muita astúcia para interpretar a natureza das imagens). A primeira é que, com a saída de Moro, Bolsonaro perde força na sua própria base. Seu oxigênio depende de certas figuras, entre elas, Sérgio Moro e Paulo Guedes. Portanto, o cheiro de enxofre que passou a residir o Palácio do Planalto em 2019 começa a ser trocado por um cheirinho de Impeachment. Se imaginarmos a altitude política como viável mediante um balão de ar quente, de fato, Moro representa perto de um terço do combustível ao percurso da Presidência de Bolsonaro. E este desembarque do ex-juiz do expresso-milícia logo terá reflexos crônicos a espalhar algumas justas e não tão justas motivações no coraçãozinho dos nossos Congressistas.
A segunda nuvem que se move é a potencial candidatura de Moro à Presidência da República em 2022. Bom, não se pode subestimar jamais esse referente. Contudo, é muito cedo para Moro desejar sair dos holofotes. Sim, Moro sempre usou seus cargos para galgar a Grande Mídia que o eleva a este estereótipo fajuto de combatente da corrupção, o salvador da pátria. Mas onde haverá espaço para Moro fabricar seus fatos (“fatinhos”) sociais e políticos? São mais de dois anos em que ele terá de se manter na visibilidade, na opinião pública. Não tendo mais a Toga da Lava Jato e não sendo mais assessor jurídico do gabinete da milícia, terá de tirar alguns coelhos da cartola. Evidentemente que eu não duvido do apoio corporativista que ele possui dentro da grande imprensa – elitista como ele. Todavia, qualquer político que deseje ser competitivo para uma candidatura, que se garanta uma boa largada nas pesquisas de intenções de voto, precisa estar no “meio do povo” (pelo menos em seus lares, por meio das antenas de TV).
Enfim. Ainda é cedo para algumas certezas. Todavia, seguimos estudando os fatos, os fabricados e os reais, para traçarmos as melhores estratégias de defesa do interesse de quem realmente precisa – e não sabe que está sendo enganado: o povo!
Por hoje, deixemos que os fascistas se esmaguem, apontem suas armas (faz arminha) em si mesmos. Que eles façam a si o que fazem de melhor com os outros: GOLPES!
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[1] Honestidade não pode ser um conceito meramente atribuído a valores materiais (dinheiro etc.). Trata-se de um conjunto de inúmeros atributos objetivos e subjetivos que comportam os sujeitos. Honestidade perpassa princípios e crenças, inclusive quando da verdade das falas e atitudes, o que não combina com estes dois personagens (que esperemos o esgoto da História), os citados em nosso texto.
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