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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Desobrigar uso de máscara é a cara do presidente e do seu macabro governo

"Resta saber se o atual ministro da Saúde vai obedecer às ordens do seu tresloucado patrão", questiona o jornalista Gilvandro Filho sobre a reação de Marcelo Queiroga à nova sabotagem de Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

O anúncio feito pelo presidente da República, de que vai mandar seu ministro da Saúde emitir um “parecer” para desobrigar o uso de máscaras para quem já se vacinou ou se contaminou com a Covid-19, é a cara dele. A cara de um irresponsável para quem a vida ou a morte das pessoas valem tanto quanto um pastel de feira, daqueles que ele come, aos perdigotos, nas aglomerações ensandecidas que promove. Para ele, não existe senso ou limite. Vale tudo para atingir seus objetivos, nem sempre confessáveis. Ou para agradar e manter no laço o universo de eleitores que ainda gravitam em torno de sua triste figura.

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É também a prova cabal de que já vivemos no autoritarismo mais escancarado, onde “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, como um dia proferiu um ex-ministro da Saúde, quase sentado no colo do presidente, como se fosse um boneco de ventríloquo. Esse mesmo ex-ministro que, expelido do governo pela inépcia e por pressão dos fatos, foi nomeado, semana passada, para uma injustificável assessoria sabe-se-lá-do-que.

A CPI da Pandemia, em curso no Senado Federal, vem mostrando, a cada dia, o quanto o Brasil está “lascado” por ter à frente do governo uma criatura como o atual chefe da nação. Trata-se de um desfile quase diário e absolutamente surreal de personagens que são, por sua vez, a cara do governo a que servem ou serviram. Depoentes que mentem para defender o presidente da República, escoltado por dois ou três parlamentares de sua tosca base de sustentação política.

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O diagnóstico que deve sair da Comissão é o que o Brasil inteiro já sabe: que se há de chegar, sem grandes esforços, ao genoma palaciano, gravado em cada ação desastrada, em cada iniciativa deletéria, em cada uma das quase 500 mil vidas que foram ceifadas pela pandemia e por quem podia ter agido para contê-la e não o fez. Tem, sim, o DNA do governo federal, do seu presidente e dos seus gabinetes, oficiais ou paralelos, nessa matança de brasileiros infectados com o vírus da irresponsabilidade.

Resta saber se (ou seria quando?) o atual ministro da Saúde vai obedecer às ordens do seu tresloucado patrão. Se o mesmo ministro mantém, até hoje, o protocolo de uso da cloroquina no SUS – por razões de “histórico”, como disse ele na CPI -, não será surpresa se o País amanhecer com o irracional “parecer” emitido e publicado. A menos que o ministro admita, finalmente, que não tem autonomia pra nada e peça o boné.

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As frases do presidente revelam desprezo pela população infectada ou sem vacina, bem como (sobretudo) pelas famílias do quase meio milhão de mortos pela Covid-19. "Acabei de conversar com um tal de Queiroga — não sei se vocês sabem quem é —, nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade, para quem está infectado (...) A quarentena é para quem está infectado, não é para todo mundo. Isso destrói empregos, mata de outra forma o cidadão, mata de fome, de depressão, aumenta violência em casa, abuso contra criança."

Esse festival de sandices deve ficar gravado como o ministro da Saúde guardou a recomendação da cloroquina, para “a História”. São registros de um governo cujo destino é o lixo dessa mesma História. Por irresponsabilidade, por mentira, por crime sanitário, por descaso. Talvez, não caiba a expressão “por inconsequência”. Afinal, as consequências do caos provocado nos últimos dois anos por esse conjunto macabro de gestos, palavras e atos, devem ser aquelas nas quais o atual governo apostou.

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