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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Dez dias que abalaram o governo

"A bomba estourou, agora, na porta ao lado da do gabinete presidencial. E o dono do gabinete fora o chefe da campanha nacional de Bolsonaro. O risco de contaminação era evidente. Pior que infecção hospitalar", comenta o colunista Alex Solnik sobre a grave crise do governo Bolsonaro

Dez dias que abalaram o governo (Foto: Fotos: ABr)
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Por Alex Solinik para Jornalistas pela Democracia - O governo não resistiu a 10 dias de notícias de um só jornal. No dia 4 de fevereiro, a "Folha"publicou a primeira reportagem sobre a farra das candidaturas-laranja do PSL. No dia 14 a crise desestabilizava a administração. Tudo parou. Todas as energias ficaram voltadas para contornar o incontornável. Todos os generais acudiram para evitar a debacle.

Desde a publicação da primeira denúncia o governo não teve poder de reação. O primeiro ministro das laranjas – Marcelo Álvaro Antônio – ficou exposto ao bombardeio sem ter ninguém em sua defesa. Teve que se arranjar sozinho. Mas isso era café pequeno.

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A manchete em que a "Folha" informou que R$400 mil reais do fundo partidário do PSL tinham sido repassados a uma candidata-laranja de Pernambuco por Gustavo Bebianno a três dias das eleições colocou o governo nas cordas.

A bomba estourou, agora, na porta ao lado da do gabinete presidencial. E o dono do gabinete fora o chefe da campanha nacional de Bolsonaro. O risco de contaminação era evidente. Pior que infecção hospitalar.

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O governo mais uma vez não soube reagir à altura. O porta-voz sumiu. Bombeiros e incendiários se digladiavam. Havia mais bombeiros, mas o incêndio era de enormes proporções. E quem deveria apaga-lo, estava numa UTI.

Para ajudá-lo, não chamou ninguém do governo e sim seu filho pit-bull, a quem ensinou a atirar aos cinco anos de idade.

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As marcas de um governo desmilinguido ficaram expostas. Seguiram-se novas démarches. Mais negociações. Idas e vindas. Bebianno sai; Bebianno fica. Uma hesitação atrás de outra. "Catastrófica" e "caótica" são as palavras certas para definir a condução do episódio.

Durante a campanha do ano passado, Bolsonaro jurou a "Folha" de morte. Prometeu acabar com um dos expoentes, segundo ele e seus filhos, da imprensa "fake news". Ameaçou sufocá-la economicamente com corte de anúncios oficiais. Na primeira oportunidade, no entanto, sucumbiu à força do jornal.

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Pressionado por seu filho – ou vice-versa – Bolsonaro nem percebeu o que estava fazendo. Ao exonerar Bebianno, deu razão à "Folha". Entre a versão do ministro e a do jornal, ficou com a do jornal.

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