Discurso na ONU oficializa insignificância de Bolsonaro para o mundo
O Brasil sabia. O mundo, idem. A vergonha na ONU apenas oficializou a vergonha e a insignificância do neofascista perante as nações e a história
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Nada poderia ser pior, mais escatológico, sôfrego e trágico.
O discurso de Jair Bolsonaro na ONU vomitou, para o mundo, o esgoto fétido das idiotices espalhado no Brasil desde a fatídica eleição do fascista.
Não há um chefe de Estado à frente do Brasil. Existe um vácuo mental, um zumbi ventríloquo de impropérios fermentados no submundo da irracionalidade das redes sociais.
Embriagado pela própria idiotice, atacou o Foro de São Paulo, o petismo, o socialismo, a "ditadura cubana", como um vingador da Guerra Fria trancado nos limites da própria ignorância histórica.
Enxovalhou pontes diplomáticas em ofensas à França e à Alemanha para invisibilizar a destruição da Amazônia incentivada e patrocinada por ele na truculência das mentes ambientalmente insanas.
E exibiu toda a amplitude do preconceito ao desfiar ideologias de quinta em torno de indígenas e proteção ecológica, com argumentos rasteiros sobre tentar "civilizar" os índios e blindar o interesse sórdido dos latifunndiários devastadores.
Bolsonaro é o chorume escorrido do ponto de vista levado por ele à ONU, possível de ser lido exatamente pelo oposto das intenções falseadas durante o discurso.
Chamou a mídia de mentirosa porque ela mostra a verdadeira degeneração social, econômica e política do seu governo.
Condenou o cacique Raoni porque ele denunciou a suruba ecológica na Amazônia.
Criminalizou as ONGs porque elas enxergam, expõem e freiam o ímpeto destrutivo da turba ancorada na necropolítica bolsonarista.
Defendeu a polícia não pela proteção ao cidadão, mas pela disposição de, sob ordens, ferir e matar os desvalidos de uma sociedade racista, elitista e desigual.
Nenhuma palavra sobre os meninos assassinados à bala pela violência fardada no Rio de Janeiro, silêncio sobre a pequena Ágatha, porque, claro, vidas negras não importam à cafajestagem ideológica presidencial.
Exortou, sim, a família, porque faz da compreensão particular da união dos parentes o impulso para exercer o cinismo de pregar compostura moral enquanto favorece a intolerância à diversidade, as milícias e outras práticas mafiosas associadas.
Bolsonaro vive uma eterna campanha de platitudes, ofensas e ódio para, de um lado, manter iludido o gado capaz de segui-lo na procissão da indigência mental e, de outro, desviar o foco da sua completa ausência de humanidade e indícios mínimos civilizatórios.
É um permanente atentado à evolução humana e um desafio constante à sanidade de quem preza pela vida como valor fundamental.
Nítido desperdício de oxigênio, matéria orgânica e tempo.
O Brasil sabia. O mundo, idem. A vergonha na ONU apenas oficializou a vergonha e a insignificância do neofascista perante as nações e a história.
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