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Michel Zaidan

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Disputas geopolíticas

Os países não têm amigos ou inimigos. Tem interesses econômicos, estratégicos ou geopolíticos

Militares ucranianos caminham perto de um prédio escolar destruído por um bombardeio em Zhytomyr, Ucrânia, em 4 de março de 2022 (Foto: REUTERS/Viacheslav Ratynskyi)
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Tenho mantido uma amistosa e respeitosa discussão com alguns amigos e colegas sobre o conflito  russo-ucraniano. Quero dizer, de saída, que não nutro  nenhum tipo de simpatia pelo ex-funcionário da KGB e seu estilo imperial, autocrático e violento de governar. Infelizmente nos conflitos bélicos regionais e internacionais, a simpatia ou a antipatia não funcionam como método ou teoria para entender a realidade conflituosa dos nossos dias. Poderia começar dizendo que os países não têm  amigos ou inimigos.Tem interesses econômicos, estratégicos ou geopolíticos. 

Daí porque  o direito internacional e as organizações internacionais sempre estarão submetidos a uma grande limitação  prática  enquanto a ordem mundial basear-se no protagonismo  dos estados-nação individualmente e na supremacia política-militar das nações  mais fortes. O direito será ditado pelos interesses dos mais fortes. Vem daí  a fraqueza das instituições  e seus fóruns. Cumpre-se o que se quer. O que for conveniente. Só  os países fracos e pobres obedecem as resoluções da ONU e o direito internacional. Os fortes obedecem ao primado da luta pela sobrevivência e a efetivação  de seus interesses (Israel, os EUA.)

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As organizações  internacionais que temos são remanescentes da ordem  dos vencedores da Segunda Guerra Mundial, a começar do ilegal tribunal de Nuremberg - firmado pelos vencedores da guerra. Enquanto não  forem modificados restaram  impotentes e desmoralizados pelas grandes e médias potências. 

E o que dizer da OTAN? Organização  Militar do Atlântico  Norte?  - essa é  fruto do leste europeu e do Pacto de Varsóvia, sob o comando da ex-União Soviética. Mas acabou-se o Pacto de Varsóvia  e o leste comunista europeu e a União Soviética.  Para que serve a OTAN?

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Para os americanos INTERFERIREM na política externa da União Europeia. Como fizeram com a agenda de guerra ao terror, levando o ISIS a fazer atentados  na Espanha, na França etc. Os intelectuais europeus (Derrida, Habermas) lançaram um manifesto pedindo uma política externa independente  para a União Europeia. Foram sabotados pelos  aliados dos americanos (ingleses, italianos). Resultado: continua a hegemonia americana na política externa europeia. 

Quanto à Rússia, os problemas das nacionalidades do ex-império soviético são crônicos.  Deita raízes  na forma como se deu a agregação  desses povos ao grande país soviético. Rosa Luxemburgo já tinha advertido Lênin que isso  traria  problemas chauvinistas, racistas e nacionalistas  mais à frente. Estamos assistindo a revanche desses interesses no momento. A posição imperial autoritária de Putin - o maior fornecedor  de gás natural para a Europa, em troca de alimentos - tem uma motivação  econômica e geopolítica. Depois do 11 de setembro e as invasões do Iraque  e Afeganistão, a bola da vez é  a Ásia. Central e suas ricas jazidas de gás natural não exploradas.

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O conto da carochinha da "grande potência do Norte" benigna que, conhecida por suas responsabilidades globais, vai salvar o mundo das garras do comunismo ateu e dissolvendo não pega mais.

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