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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Dívida/mercado governa governo derrotado pela pandemia

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Governo desgovernado

Até quando o governo será governado pela dívida pública que impõe a ele prioridade não ao ponto de vista social, mas ao seu inverso, o ponto de vista financeiro, determinado pelos seus credores? Essa é a essência da Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 186/2021, chamada PEC Emergencial, mas, também, PEC do Calote Social, bem como a PEC 32, cuja essência, caminhando no mesmo sentido, é o sufocamento do Estado e a destruição do serviço público?

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Tanto o Executivo, como o Legislativo estão, nesse momento, apreciando, apenas, pautas impostas pelo mercado financeiro; verifica-se, claramente, que tanto o Executivo como o Legislativo colocam no topo das prioridades não a pandemia do novo coronavírus que já exterminou mais de 250 mil vítimas, mas a ordem do mercado financeiro, da avenida Faria Lima: prioridade das prioridades é o tal do “equilíbrio fiscal intergeracional”; este requer subordinação de todos os assuntos à efetividade do pagamento da dívida, como destaca PEC 186; para tudo, para cortar gastos, se acende o sinal vermelho dado pelo critério do mercado de que os gastos correntes não podem ultrapassar as despesas de capital; da mesma forma, a receita corrente líquida e a despesa corrente se limita aos 95%, a partir dos quais incide gatilho de gastos, independente de quais circunstâncias; é a dívida soberana imposto suas regras à própria soberania naciona.

A governança da dívida se impõe ao Estado republicano, subordinando o interesse social ao interesse financeiro, custo o que custar, para manter o que o mercado julga essencial: “o equilíbrio iscal intergeracional”; sequer, ainda, existe tal conceito, que os neoliberais prometem colocar em projeto de lei complementar futuro; destaque-se que o endividamento público não tem nenhuma reciprocidade com desenvolvimento sustentável; até o Tribunal de Contas da União reconheceu que não há contrapartida, em termos de desenvolvimento, com o avanço da dívida, que ganhou autonomia de moto próprio e moto contínuo de expandir por si, em si, para si, mesma, como se fosse algo expandindo no exterior da realizado.

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Reação militar pelo social

Esse movimento autonomizado da dívida pública já incomoda os militares, que, aparentemente, mandam no governo Bolsonaro, embora, formalmente, rendem-se, até agora, aos interesses e determinações do mercado financeiro especulativo; é de se prestar atenção nos últimos acontecimentos; o general Luna, indicado novo presidente da Petrobrás por Bolsonaro, disse que a petroleira estatal tem que preocupar-se não apenas com questões econômicas e financeiras, mas, também, com o social; nessa semana, o capitão presidente reiterou essa recomendação; não seria o caso, também, de destacar, igualmente, a política desenvolvida pelo Banco Central, que tem cuidado, tão somente, de defender os interesses do mercado financeiro?

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No auge da pandemia, o ministro Paulo Guedes, da Economia, liberou R$ 1,3 trilhão para os banqueiros; o objetivo era fazer com que o dinheiro, via bancos, fluísse para a economia, para minimizar a avalanche do desemprego e da desestruturação produtiva; nada aconteceu; os bancos entesouraram o dinheiro e comprou com ele títulos da dívida pública; as empresas, em dificuldades, entraram em falência e despediram seus empregados; em seguida, com o caixa abarrotado, o BC acelerou forma de conter a liquidez no mercado aceitando sobras de caixas dos bancos como depósitos voluntários feitos por eles ao BC, que os remunera via juros acima da Selic; ou seja, assim como a Petrobras, que sofreu intervenção de Bolsonaro por praticar política de preços dos derivados de petróleo, danosa aos consumidores, visando o lado financeiro dos acionistas privados, sem cuidar do interesse social do consumidor, da mesma forma age o Banco Central; este enxuga o mercado artificialmente para o custo do dinheiro ficar proibitivo para a produção e o consumo, intensificando, dessa forma, recessão, desemprego, fome etc; portanto, tanto a Petrobras, com sua ganância privada, como o BC, igualmente, dirigido pelo mercado financeiro, agora, que se tornou BC Independente, estão praticando, abertamente, políticas antissociais.

Intervenção, também, no BC?

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O BC não mereceria o mesmo tratamento dado por Bolsonaro à Petrobrás, em nome do interesse social? A pergunta vale, também, para os dois líderes do Congresso, senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), r deputado Arthur Lira(PP-AL), relativamente, às PECs 186 e 32; ambas, a toque de caixa, sem discussão com a sociedade, aprofundam a desigualdade social, em nome do ajuste fiscal; nessa semana, Lira conversou com mercado financeiro, comprometendo-se acelerar desmonte do Estado, contido nas determinações dessas duas PECs, continuidade da PEC do Teto de Gasto; esta, por vinte anos, a partir de golpe neoliberal de 2016, congela gastos sociais, os que geram renda disponível para o consumo, em nome do ajuste fiscal.

Portanto, depois do golpe, o Estado se configura como Estado Antissocial, voltado ao calote na população, já que o desmonte estatal implica em domínio do setor privado na administração pública, cujas consequências são terceirizações generalizadas das ações públicas em prejuízo do contribuinte etc; ou seja o Estado submetido ao modelo neoliberal vira coveiro do público para privilegiar o privado; rende-se ao credor que governa, com a dívida pública, o governo. Até quando?

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