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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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Do mito ao fiasco

Passados quase três anos de sua gestão, ninguém conseguiu comprar fuzil, 14 milhões perderam seus empregos, centenas de milhares de famílias perderam seus entes queridos, a gasolina chegou a R$ 7,30 e as pessoas catam ossos para sobreviver

(Foto: Paulo Pinto - Agência PT)
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O ano era 1989, quando o então capitão Jair Messias Bolsonaro entrava para a reserva do Exército e ingressava na política carioca, como vereador. Após dois anos de mandato, elegeu-se para a Câmara dos Deputados, onde ficou por 28 anos até candidatar-se à Presidência da República.  

Quem diria que aquele deputado medíocre que, durante sete mandatos, conseguiu aprovar apenas dois projetos de lei poderia chegar tão longe? Mas ele chegou e com jargões como “vamos mudar isso que está aí, taokey?” ou “vou acabar a mamata” conseguiu dialogar com as massas e alcançar sentimentos profundos de medo, ódio e intolerância.  

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Ao menos um mérito deve ser atribuído a Bolsonaro: ele descortinou o Brasil. Quão imensa foi nossa consternação ao vermos amigos, parentes, familiares queridos e pessoas que julgávamos tão boas, encontrando representatividade em declarações de ofensa a negros e negras, mulheres, índios, trabalhadores, ou quaisquer outros seres humanos que não fossem brancos, ricos e héteros. E não foram poucos. Suas explanações racistas, sexistas, misóginas, homofóbicas, ecoaram pelas mentes e corações de quase 58 milhões de brasileiros e brasileiras e resvalaram-se em votos. 

Mas, tentando ser otimista, faço minha certa frase atribuída a Lula: “Era necessário um Bolsonaro para que a população desse valor aos governos progressistas”.  

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Tentativas de destruição da soberania nacional, retiradas aceleradas de direitos trabalhistas e sociais, descumprimento da promessa de renovação política utilizando-se de práticas ultrapassadas e conservadoras, destruição da Amazônia, ataques violentos a adversários, movimentos sociais e minorias, negação de uma pandemia global levando mais de 600 mil pessoas à morte, alta de preços, fome, miséria e desemprego, transformaram o país num completo quadro anticivilizatório e o ‘mito’ começou a ser desmistificado. 

Ainda nos primeiros meses de governo, sua aprovação já começava a despencar e, desde então, cresce o número de brasileiros e brasileiras que, mesmo tendo votado nele, rejeitam sua orientação mesquinha. Mais e mais, indicadores mostram que Jair se tornou o presidente de maior rejeição na história do país e esta fase talvez marque o sepultamento de sua trajetória política.  

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Passados quase três anos de sua gestão, ninguém conseguiu comprar fuzil, 14 milhões perderam seus empregos, centenas de milhares de famílias perderam seus entes queridos, a gasolina chegou a R$ 7,30 e as pessoas catam ossos para sobreviver. A classe pobre se tornou miserável, a média empobreceu e somente as grandes riquezas se tornaram ainda maiores. Frente a esse quadro devastador, as pesquisas mostram que Bolsonaro perde as eleições em qualquer simulação. 

Mas não podemos negar a reviravolta que ele causou na política nacional. Tanto que seu nome foi adjetivado e o jeito bolsonarista de agir e de pensar não será varrido junto com ele, nem suas consequências. Infelizmente, esses fatores persistirão ainda por muito tempo e o resgaste de nossas condições sociais, econômicas e culturais pode levar longas décadas.  

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Enquanto isso não acontece, nos satisfazemos ao ver que, segundo pesquisa da XP-Ipespe, divulgada na quarta-feira (3), a avaliação de Jair Bolsonaro atingiu o segundo percentual desde 2019 e, entre os entrevistados, 54% avaliaram sua gestão como “ruim ou péssima”.  

Ao que nos parece, já que os mais de 130 pedidos de impeachment foram ignorados, assim como o clamor das ruas e os indiciamentos da CPI da Covid, o ex-capitão será destituído mesmo é no voto democrático e popular. O duro será aguentar mais um ano.  

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#ForaBolsonaro
#ImpeachmentJá
#CadeiaNele 

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