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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Do ventre da tormenta

Alguém lembra de algum "conselhão" criado por Temer? Aqueles compostos por empresários, representantes de trabalhadores, intelectuais, religiosos e outros segmentos onde se discutia à exaustão a fim de construir algum consenso para este ou aquele tema?

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Uma das melhores sínteses acerca do bem mais que golpista governo Temer posto que o desmonte estatal e que segue bastante avançado redefine as institucionalidades mancas do Brasil a partir de autoritarismo de novo tipo é do economista e professor da UNICAMP, Marcio Pochmann ao afirmar que "se os governos do PT eram governos de conciliação de classe, o governo Temer é governo de classe".

Precisamente isso! É governo que, de pronto, assumiu abertamente sua posição na insuperável luta de classes e mais do que nunca existente, pulsante e nevrálgica na totalidade da formação social do Brasil. Não deu mole para pobres e trabalhadores e arrumou direitinho o tabuleiro das lutas sociais. Pra cada um, seu cada um.

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As burguesias nacionais, seus intermediários no cotidiano da vida social e "bate-paus" evidentemente muito bem representandos no governo já voltaram à carga em prol da manutenção e atualização do ordenamento societário de maior discrepância no mundo moderno.

Depois do "inverno petista" se alinham no dramático configurado que define a pornográfica concentração das rendas no país; por salários mínimos que mal garantem uma subsistência infame e medonha de seus trabalhadores; pela disfunção inoperante e que caracteriza os serviços públicos e; sobretudo, pela submersão política da classe trabalhadora em estados de anestesia política onde vigora a docilidade e uma dependência cultural e política abobalhada junto a oligarcas e patrões.

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Alguém lembra de algum "conselhão" criado por Temer? Aqueles compostos por empresários, representantes de trabalhadores, intelectuais, religiosos e outros segmentos onde se discutia à exaustão a fim de construir algum consenso para este ou aquele tema?

Alguém se recorda de algum grupo ou setorial criado por esse governo para tratar da reforma agrária? Da reforma urbana? Da reforma política, essa aberração ignominiosa e que nos prega peças dia e noite? E uma nova burocracia de governo para tratar da agricultura familiar? Das moradias ou sub-moradias urbanas? E os direitos humanos? A violência policial está encerrada no Brasil? Aqueles cinquenta mil assassinatos de jovens negros no país está suspenso? Esses temas deixaram de ser importantes? Quem os "desimportou"? Temer? A globo? A FIESP? O povo?

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Então, gente... Isso é movimento em serviço de uma classe. O que tento dizer não é chavão ou clichê mas objetivamente, este é governo para ricos e suas ações concretas revelam isso com clareza solar.

É impressionante! Temer e seu golpe ou multi-golpe se converte em danosa intervenção cultural, em lastimosa operação na subjetividade da população que, sempre parceira do caos, começa a admiti-lo como coisa "normal".

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Temer não tem nada que ver com estado de direito, com norma, legalidade e muito menos com justiça. É um criminoso saído das tripas de segmentos empresariais igualmente criminosos e em fina copula com um judiciário autoritário, ensimesmado e livre de qualquer controle ou regulo social mesmo que, lembremo-nos, integralmente custeado com o dinheiro do povo.

Este segmento empresarial anteriormente citado e afundado em uma crise planetária sem data de vencimento é devorado lenta e gradualmente pelo avanço de produtos e serviços internacionais que empanturram o planeta e amiúdam uma gente useira e vezeira de certo discurso da "liberdade de mercado" mas que na hora do "vamos ver" correm para os úberos do Estado como crianças sedentas que carecem do leite materno. Liberdade? Competitividade? Mercado? Sei...

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Não podia ser diferente! Empresários do neolítico e que jogam duro na precarização do trabalho; que descuidam da formação técnica e intelectual dos seus trabalhadores; que acham estranho que uma trabalhadora pare de produzir para amamentar seu filho; que gelam com o "absurdo" de uma licença maternidade de quatro meses; que tem calafrios por terem de pagar hora extra para trabalhadores noturnos; que até agora não entenderam as razões do bendito almoço desses pobres não se limitarem a apenas vinte minutos de tempo.

Foi essa gente que apoiou, custeou e afiançou o golpe que derrubou a presidente Dilma Roussef; foi exatamente essa cambada de gente que elevou Temer "o postiço" para o poder central e que em seus mínimos, está convertendo o país numa projeção ampliada das fábricas, fazendas e industrias desta plutocracia: um lócus de abuso, precariedade, indignidade, rebeldia e, por incrível que possa parecer... De esperança!

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A história não tem fim e nós estamos aí! Em breve voltaremos e mais rebeldes ainda. É o que sempre nos salva!

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