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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Dois Lulas

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
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Analisando o debate com os candidatos à presidência no último domingo na Band, fiquei convicto de que os debates no primeiro turno não favorecem a democracia, invertem narrativas, viram palco para mentirosos e oportunistas discorrerem suas bravatas e acusações para uma audiência de indecisos. 

O eleitor que ainda não se decidiu e o faz pela performance do candidato, invariavelmente cai na armadilha montada por um franco atirador, um forasteiro fabricado pela burguesia, sem projetos para o país. 

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No histórico dos debates nunca se viu um candidato parecer tão superior quanto Collor sobre Lula, no segundo turno da eleição de 1989. A primeira pergunta de Collor para desestabilizar Lula foi como ele iria garantir a revolução socialista prevista no programa do PT, caso vencesse a eleição. Lula reagiu, porém Collor foi treinado nos bastidores da TV Globo. 

No debate de domingo há um consenso de que Simone Tebet, do MDB, foi a vencedora e que Soraya Thronicke, do União Brasil, uma ‘grata’ surpresa. Qual experiência levaria a vencedora do debate para o exercício de seu mandato?  

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Ter ‘vencido’ o debate não esconde que Simone é defensora de um agronegócio que atua no genocídio do povo indígena e no desmatamento de suas terras; que é herdeira de latifúndios onde mais existem conflitos com os povos Guarani-Kaiowá. Tanto ela como Soraya Thronicke, eleita senadora na esteira do bolsonarismo, são reacionárias de uma direita que não presta nenhum serviço às mulheres trabalhadoras, pretas e pobres. 

Penso que o melhor modelo para o primeiro turno seriam as entrevistas nos telejornais, como foi no JN. Os profissionais da imprensa corporativa gozam de ‘credibilidade’ e, culturalmente, a televisão ainda é o meio de informação mais acessado e confiável para o eleitor escolher seu candidato, apesar da parcialidade de classe.  

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Os debates deveriam ocorrer no segundo turno, quando os dois candidatos já construíram uma trajetória durante a propaganda na TV e rádio, foram sabatinados nas entrevistas, passaram pelos Podcasts, seus programas de governo divulgados e confrontados nos portais de notícia e análise política como Brasil 247 e Jornal GGN, e suas campanhas já trabalharam em desmentir fake news. 

Prova disso foram os dois Lulas que vimos na mesma semana. O Lula autêntico da quinta-feira no JN, quando falou por muito mais tempo empolgando o eleitor; e o Lula empanado do domingo na Band, agredido por um desafeto, um sociopata, uma latifundiária, uma ex-minion e um milionário do mercado, que deixou nossa segunda-feira com cara de ressaca. 

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