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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Donald Trump, o aloprado xerife do mundo

Do alto da sua arrogância, que o faz pensar que pode tudo, Trump ainda não se conscientizou de que não é o xerife do mundo. E, portanto, não pode ficar metendo o nariz na vida dos outros, desrespeitando a auto-determinação dos povos

Trump CNN (Foto: Ribamar Fonseca)
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Donald Trump, um milionário excêntrico que os americanos elegeram para presidir o seu país, parece mesmo disposto a levar o mundo a uma terceira guerra. Alguém, no entanto, precisa dizer a ele que hoje, numa guerra nuclear, não haverá vencedores nem vencidos. Todos perderão. Portanto melhor acabar com esse ridículo e perigoso duelo verbal com o presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-un, e tentar uma conciliação de interesses por via diplomática. Não adianta ficar arrotando poder e estimular a ampliação do seu arsenal nuclear porque, longe de intimidar os outros países, que também já possuem artefatos nucleares, vai acirrar o ódio contra a sua Nação. Ele e Kim estão mais ou menos no mesmo patamar de loucura, mas a sua responsabilidade, como presidente da mais poderosa nação do planeta, é muito maior do que a do presidente norte-coreano, cuja basófia tem mais um sentido de defesa. Se Kim não berra, fazendo ameaças que parecem absurdas mas causam apreensão ao mais forte, os americanos não lhes dariam nenhuma importância e provavelmente já teriam invadido o seu território, como fizeram no Iraque e no Afeganistão.

Do alto da sua arrogância, que o faz pensar que pode tudo, Trump ainda não se conscientizou de que não é o xerife do mundo. E, portanto, não pode ficar metendo o nariz na vida dos outros, desrespeitando a auto-determinação dos povos. Agora mesmo se atribuiu o direito de intervir na Venezuela, inclusive militarmente, fazendo ameaças descabidas como se aquele país fosse seu quintal e não uma nação independente. Quer repetir, no país sul-americano, o mesmo desastre que Bush promoveu no Iraque, causando a morte de milhares de iraquianos, depois lavando as mãos impunemente. E, lamentavelmente, ainda encontra vira-latas brasileiros e peruanos que apoiam as suas investidas contra o país vizinho, esquecidos de que também podem vir a ser alvos das mesmas agressões, escancaradas ou sutis, como, por exemplo, no golpe do Brasil, que destituiu Dilma e colocou Temer no poder. Ou será que alguém ainda tem dúvidas sobre a presença do dedo do Tio Sam no processo golpista brasileiro?

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Ao contrário do seu antecessor, Barack Obama, que cometeu erros mas era um presidente pacifista, Trump revela-se belicista, imaginando-se um super-herói como os criados pelos quadrinhos. Com essa postura conquistou o voto dos extremistas da direita, que agora mesmo desfilaram com bandeiras nazistas em Charlottesville, na Virginia, pedindo a expulsão de imigrantes, negros, judeus e gays. Eles se consideram superiores ao resto do mundo e vêem no seu arrogante presidente seu autêntico representante. Na verdade, ele não passa de um grande fanfarrão, que fala grosso com os mais fracos mas, como não é maluco, age com cautela diante das grandes potências, como China e Russia. Com seu comportamento aloprado e irresponsável, no entanto, causa apreensão em todo o mundo. O presidente chinês Xi Jimping, temendo o agravamento da situação, pediu a ele para que modere o seu discurso em relação à Coréia do Norte, para evitar a crescente tensão no mundo. Os chineses sabem que um conflito entre americanos e coreanos fatalmente os envolverá e as consequências serão imprevisíveis.

Abrindo frentes de conflito em vários lugares ao mesmo tempo, Trump agora investe contra a Venezuela, onde a direita norte-americana financiou grupos de oposição a Nicolas Maduro, como fez no Brasil, para derrubá-lo dando a impressão de movimento nativo. Lá, como aqui, usa os tolos como massa de manobra para atingir seus objetivos, levando-os às ruas e aos protestos conduzidos por grupos mercenários e impatrióticos, como o MBL, por exemplo. E usando os meios de comunicação, atrelados aos seus interesses, divulgam imagens de violência, lançando a opinião pública mundial contra os governos legalmente eleitos. O objetivo, visivel para quem tem olhos de ver, é levar de volta para o seu domínio os países sul-americanos que se libertaram das suas garras e deram uma guinada para a esquerda. No caso do Brasil e da Venezuela ainda tem outro motivo: o petróleo, o mesmo que justificou a invasão ao Iraque. O Mercosul já divulgou nota repudiando a ameaça de Trump à Venezuela, procedimento correto que certamente adotou ignorando a posição de vira-lata do Brasil, cujo chanceler, babão do presidente norte-americano, aprovou a sua atitude.

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Enquanto isso, os espancadores de panelas e os amarelinhos, que saíram às ruas e fizeram até coreografia contra Dilma, estão estranhamente quietos, por dois motivos: primeiro, porque o presidente golpista Michel Temer, acusado formalmente de corrupção passiva, que eles ajudaram a colocar no poder, distribuiu dinheiro público para os deputados, quebrou o país e vai congelar os salários, deixando os manifestantes de ontem chupando o dedo hoje; e, segundo, porque, sem patrocínio, os Kataguiris da vida não vão mais mobilizar os abestados pelas redes sociais, nem vesti-los de amarelo e levá-los para as ruas, como gado conduzido para o curral. Certamente estão arrependidos mas provavelmente agora têm vergonha da besteira que fizeram. Melhor esconder as panelas para que não os acusem de responsáveis pela situação caótica em que mergulharam o nosso país. Ah, e não se preocupem com o esperto Kataguiri: ele está muito bem, depois de contribuir para lançar o país nas trevas, e já pensa, inclusive, em concorrer à Câmara Federal nas eleições de 2018. Deve contar com os votos dos bobalhões que manipulou.

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