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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Dos males do romantismo docente

Comemorar é "co-memorar"... Quer dizer "lembrar junto"! Me parece boa ideia! "Lembrar junto" do que estão fazendo; do que estamos deixando fazer com a educação deste país de eterno e inatingível futuro

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Em março de 2015, o governador do "Agro-Estado" do Paraná, Beto Richa (PSDB), soltou a fina flor dos pretorianos de sua Polícia Militar para aplacar com violência jamais vista às clássicas e jamais resolvidas demandas da Educação daquele Estado. Resultado da trágica operação: milhares de professores machucados e traumatizados na mais infame e virulenta operação antigreve que este país já assistiu.

No mesmo período, professores da rede estadual da província tucana de São Paulo, outrora Estado de São Paulo, amargavam, além da insolúvel crise de água, cem dias de greve onde os ativistas da educação reclamavam o de sempre: alguma atualidade salarial.

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Curioso é que nem exigiram aumentos ou ganhos reais de salários, mas, pelo menos, alguma reposição segundo a, já muito presente marcha inflacionária e que, afora o sistema bancário, carcome as rendas de todo o já terceirizado mundo do trabalho brasileiro. Resultado do movimento: Nada!

Aqui na banda goiana, com o bidecenal governo do autocrata Marconi Perillo, outra ave rara dos tucanos, o papo é reto e escancarado: "vamos seguir fazendo o melhor para nosso povo e transferir escolas estaduais às organizações sociais (OS)". Nesta primeira canetada já se foram 266 escolas para o setor "privado". O kapo só se esqueceu de avisar deste "melhor" para pais, professores, sindicatos e especialistas da área.

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Sobre a moribunda educação goiana, de verdade, já não há o menor sentido em se falar do seu horizonte, do seu lugar e do seu espírito. Perdeu a graça!

E para não me taxarem de um esquerdismo inveterado, denuncio que trinta e cinco universidades e IFES foram entornadas em mais de cento e vinte dias de greve envolvendo professores e servidores em justa, digna e necessária luta por salários, condições de trabalho e ampliação da educação pública, profissional, gratuita e, quem sabe, de alguma qualidade. De outro modo, a contabilidade educacional já perdeu 2015.

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A ideia deste ensaio é para, mais do que contar dos costumeiros e repetitivos dramas da educação brasileira, setor que poderia de fato, mitigar o já muito avançado movimento de fragmentação da vida nacional impulsionado pelo crime organizado da "mafiocracia" multipresente no país, mas refletir sobre a necessidade de comemorarmos o dia dos professores. Isso mesmo... Comemorar!

Comemorar é "co-memorar"... Quer dizer "lembrar junto"! Me parece boa ideia! "Lembrar junto" do que estão fazendo; do que estamos deixando fazer com a educação deste país de eterno e inatingível futuro. Esse "lembrar junto" não é necessariamente uma festa, mas pode se tornar grande festa, uma grande celebração da vida nacional desde que entendamos que educação, mais do que uma escola em uma quebrada brasileira é mesmo uma postura social e nacional diante de nossos dramas e do futuro comum de que necessitamos edificar em nome, sobretudo, dos nossos alunos e de seus incertos e nebulosos futuros.

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