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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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E depois do 7 de setembro?

"Bolsonaro vive como se o cercadinho fosse o Brasil e ele fosse presidente. Enquanto a realidade vai por outras vias. A economia, o desemprego, a rejeição, o descontentamento, o Lula, o país", escreve o sociólogo Emir Sader. "Depois de 7 de setembro, tudo seguirá igual, só que pior para Bolsonaro e para o país"

(Foto: Roberto Parizotti - Fotos Públicas)
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Quanto mais enfraquecido politicamente e isolado em termos de apoio popular, mais Bolsonaro acelera a escalada de ameaças, provocações e fake news. Ele nem pretende que suas posições sejam vitoriosas, mas sobre ele e seguir no centro da cena política, mesmo sob essa forma enganosa.

Ele não governa, polemiza. Afirma que não o deixam governar, em particular o Judiciário, que tolhe os excessos das suas palavras e atos. Mas, se pudesse, não diz nada sobre o que faria sobre a crise social, o desemprego, a estagnação econômica, a inflação, a pandemia, o desprestígio internacional do Brasil, seu isolamento político, sua perda cada vez maior de apoio segundo as pesquisas, seus conflitos crescentes com governadores e prefeitos, entre outros.

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Ele não se preparou para governar. Foi apenas o candidato mais funcional à direita para derrotar o PT, com genéricas posições contra a política tradicional, contra a corrupção e contra o PT.

Agora é um blefe como presidente, seu governo navega entre privatizações, extermínio de direitos dos trabalhadores, cortes de recursos para políticas sociais e declarações descabeladas. Exalta tortura, ataca as mulheres, os negros, os LGBT. Sem nenhum tipo de  comportamento com dignidade no cargo, de responsabilidade política, de formalidades institucionais.

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Chegou a chamar o presidente do TSE de fdp, de dizer que não existem três, mas somente dois poderes, desconhecendo a existência do Judiciário. Na vida privada, se prepara para as possibilidades de prisão dele ou de algum dos seus filhos. Considera a possibilidade de abrigar o Carluxo no Palácio do Planalto, para que uma ordem de prisão não seja realizada.

Essa é a situação lamentável do presidente do Brasil. Agora ele joga tudo o que tem nas manifestações de 7 de setembro, como se não houvesse amanhã depois desse dia. Prometeu a maior manifestação de todas, ataques ao STF e à embaixada da China, desembocando em um contragolpe.

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Ele o faz justamente no seu momento de maior fraqueza política e isolamento de apoio popular. Justamente por isso. Trata de deslocar o enfrentamento para o plano militar, apelando para a participação ativa de policiais.

Pode acontecer coisas graves ou nada de muito especial. Mas, principalmente, não altera a situação que o país vive hoje. Pode ser que, segundo sua interpretação particular, Bolsonaro acredite que tem apoio popular para seguir adiante com suas ameaças e ataques ao STF. Mas nada que mude substancialmente em relação ao que ele faz hoje.

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A tendência a perda cada vez maior de apoio não se estancará com o que quer que aconteça no dia 7 de setembro. Nem a crise social, menos ainda as previsões econômicas negativas.

Mas até lá o país fica como que em suspense, esperando tudo o que possa acontecer nesse dia ou nada de significativo. Mas o Bolsonaro consegue ganhar tempo, colocar as manifestações no centro das preocupações do país, gera expectativa com os atos e com seus próprios discursos no Brasil e em São Paulo.

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Bolsonaro vive como se o cercadinho fosse o Brasil e ele fosse presidente. Enquanto a realidade vai por outras vias. A economia, o desemprego, a rejeição, o descontentamento, o Lula, o país.

Depois de 7 de setembro, tudo seguirá igual, só que pior para Bolsonaro e para o país.

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