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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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É preciso impedir o pagamento de dividendos da Petrobrás durante a guerra na Ucrânia

"A distribuição total do lucro aos acionistas já era pornográfica. Num contexto de guerra, vira crime de lesa-pátria", diz Leonardo Attuch

(Foto: Reuters)
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A Petrobrás anunciou nesta quarta-feira 23 o maior lucro de sua história: R$ 106 bilhões. Mais do que isso, a empresa anunciou que praticamente todos os resultados – R$ 101 bilhões – serão distribuídos aos seus acionistas como dividendos.

Nenhuma empresa, nem mesmo o boteco da esquina, direciona praticamente 100% de seu lucro aos investidores. Isso só acontece em situações muito excepcionais, quando, por exemplo, determinada companhia explora seu poder de monopólio para vampirizar a sociedade e extrai resultados abusivos.

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É exatamente isto o que a Petrobrás passou a fazer depois do golpe de estado de 2016, que teve como objetivo central direcionar a renda do petróleo brasileiro para os acionistas privados da companhia. Se antes do golpe a Petrobrás liderava os investimentos e alavancava o setor de óleo e gás no Brasil, além de garantir o abastecimento a preço justo, depois ela passou a ser a vaca leiteira dos acionistas privados – muitos deles, fundos internacionais que operam na bolsa de Nova York.

Com a mudança da política de preços da Petrobrás, caminhoneiros quebraram, motoristas de aplicativos idem e muitas donas de casa deixaram até de usar o gás de cozinha para preparar alimentos. Como os combustíveis e seus derivados estão na base dos preços da economia, a Petrobrás também passou a ser, nos últimos anos, a principal responsável pela inflação brasileira. Não há exagero em dizer que a estatal é uma das principais culpadas pela volta do Brasil ao mapa da fome.

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Paradoxalmente, uma operação policial que visava combater a corrupção na Petrobrás ensejou o maior assalto de todos os tempos: os brasileiros passaram a ser roubados diariamente nas bombas de gasolina para sustentar as mamatas dos acionistas privados da companhia.

Tudo isso só foi possível graças à lavagem cerebral promovida pelos meios de comunicação da imprensa corporativa, que, a serviço das petroleiras internacionais ou dos acionistas privados da Petrobrás, deram cobertura a esta política criminosa de uma empresa estatal que passou a operar como monopólio privado.

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O crime final foi anunciado ontem: a distribuição de R$ 101 bilhões em dividendos aos acionistas. Agora, no entanto, com a guerra na Ucrânia, que coincidentemente também foi vítima de um golpe de estado, os preços do petróleo superaram a barreira de US$ 100 o barril. Há clima, portanto, para exigir que a Petrobrás use seu lucro para criar um fundo que estabilize os preços dos combustíveis. A conta da crise também deve ser paga pelos golpistas.

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