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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Ela nem começou e já mostra a que veio...

"Ora: cadê a nomeação de Regina Duarte no Diário Oficial? Como é que pode alguém que não passa de convidada nomear alguém? Ou será que aparecer ao lado do laranjeiro foi pura encenação para anunciar o que vem por aí?", pergunta o colunista Eric Nepomuceno, do Jornalistas pela Democracia

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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia - Formalmente, Regina Duarte não é nada além de convidada para ocupar a secretaria especial de Cultura do governo de Jair Messias.

Acontece que já começou a mostrar a que veio: ao lado do ministro de Turismo, o laranjeiro com nome de autor de novela de rádio, nomeou uma secretária-adjunta.

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Ora: cadê a nomeação de Regina Duarte no Diário Oficial? Como é que pode alguém que não passa de convidada nomear alguém? Ou será que aparecer ao lado do laranjeiro foi pura encenação para anunciar o que vem por aí?

Há um detalhe que merece toda a atenção, principalmente diante das expectativas que o convite feito a Regina Duarte possa ter aberto em alguns setores do campo das artes e da cultura do nosso naufragante país: a convidada para ser adjunta da secretária que ainda não é chama-se Janicia Silva, está instalada na secretaria de Diversidade Cultural, e até dias atrás era admiradora incondicional de Roberto Rego Pinheiro, aquele que se faz chamar de ‘Alvim’.

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Pois é: do que foi expelido por ter escancarado o latente nazismo impregnado no governo. Aliás, expelido injustamente, porque era, de longe, o mais capacitado para realizar o sonho de Jair Messias: transformar o campo das artes e da cultura em terra irremediavelmente arrasada.  

Ah, sim: ela também rejeita o próprio nome, e se faz chamar de ‘Jane’ Silva. Ou melhor: ‘reverenda’ Jane Silva, presidente de uma escalafobética ‘Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios’. 

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Bem, deve-se reconhecer que Janicia Silva tem feito bons negócios: saltou das trevas do mais merecido anonimato para o uma secretaria adjunta, tudo isso de novembro para cá. Confirma, assim, o talento ímpar desses evangélicos que se autoproclamam qualquer coisa – ‘pastor’, ‘bispo’, ‘reverenda’ – para fazer negócios formidáveis.

Agora, cá entre nós: além de evangélica eletrônica, quais suas qualificações para qualquer posto numa estrutura de qualquer outro governo, além do de Jair Messias?

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Quanto a Regina Duarte, vale a pena recordar uma passagem específica de um tempo recente de sua vida pregressa.

Durante a campanha presidencial de 2018, num vídeo em que pede votos para Jair Messias, ela diz esperar do novo governo respeito às instituições, à liberdade de expressão, além de lutar contra a corrupção e combater a impunidade. 

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Diz também, textualmente, ‘censura nunca mais’, e reitera que a arte tem de ser livre, que reprimir a criação artística é coisa de ditadura.

Pois pergunto a ela: Jair Messias respeita as instituições? Assegura liberdade de expressão? Luta contra a corrupção e combate a impunidade?

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Bem: se ele respeitasse a instituição da Justiça, por exemplo, não teria em seu governo alguém condenado em primeira instância por adulterar licença ambiental ocupando justamente o ministério de Meio-Ambiente. 

Se lutasse de verdade contra a corrupção, o ministro laranjeiro de Turismo teria sido afastado. 

Se combatesse a impunidade, Fabrício Queiroz não teria sumido, nem Jair Messias teria feito de tudo e um pouco mais para assegurar que seu filhote Flávio permanecesse intocado.

Se aceitasse a ideia de ‘censura nunca mais’, Jair Messias não teria começado uma guerra enfermiça contra as artes e a cultura, jamais teria nomeado Roberto Rego Monteira, o ‘Alvim’, para o setor, e teria defenestrado sem dó os que foram nomeados para instituições como a Funarte (aliás, seu titular acaba de expelir um edital onde grupos de rock foram proibidos de participar), a Casa de Rui, a Biblioteca Nacional.

Sei que um grupo de artistas aqui do Rio planeja se reunir para elaborar uma lista de reivindicações a ser levada a Regina Duarte, na tentativa de estabelecer algum resquício de diálogo, coisa que nunca aconteceu desde a chegada de Jair Messias.

Pois tenho uma sugestão: que Regina Duarte não se misture à corja governamental. 

Porque, se aceitar, estará concordando com a tentativa de extinguir o mesmo campo ao qual ela, bem ou mal, pertence: o das artes e da cultura. 

E estará unindo seu nome e sua figura, de uma vez e para sempre, ao pior e mais abjeto governo da história da República.

Sim, sim: o do seu tão admirado Jair Messias. 

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