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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Eleitorado de Bolsonaro cresce com crise

"Os evangélicos pentecostais apoiam Bolsonaro incondicionalmente. Faça ou fale a besteira que for. Os pastores os obrigam. Não há democracia nem livre arbítrio nessas igrejas. O pastor é o ditador. Ele manda e os crentes obedecem", escrve o jornalista Alex Solnik sobre pesquisa que relaciona crises econômicas com aumento do público evangélico

(Foto: Divulgação)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia 

Estudo dos economistas Francisco Costa, Angelo Marcantonio e Rudi Rocha, publicado hoje na “Folha” mostra haver relação direta entre crise econômica e aumento da população evangélica no Brasil. Para cada 1% de   queda esperada de renda a adesão ao pentecostalismo aumentou 0,8% nos anos 90. Na década, os evangélicos cresceram 10%, chegando à casa dos 26 milhões.

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Levando-se em conta que eles constituem o principal grupo de apoio a Bolsonaro, isso explica o fato de um presidente de nível tão baixo, que envergonha os brasileiros, que ameaça a liberdade ao ameaçar a democracia e que causou prejuízos imensos em 11 meses de governo continue sendo aprovado por 35% da população.

O que praticamente o coloca no segundo turno em 2022.

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Os evangélicos pentecostais apoiam Bolsonaro incondicionalmente. Faça ou fale a besteira que for. Os pastores os obrigam. Não há democracia nem livre arbítrio nessas igrejas. O pastor é o ditador. Ele manda e os crentes obedecem.

Mudar a cabeça dos crentes é tarefa impossível. Eles não raciocinam levando em conta fatos e sim no que creem, que é transmitido da bíblia por meio do pastor. E o que está escrito. O rebanho se mantém fiel graças a ameaças de castigos eternos. Quem não obedece é ameaçado com o fogo dos infernos para todo o sempre.

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Os evangélicos pentecostais apoiam Bolsonaro porque ele é o primeiro presidente, desde a redemocratização, que tenta impor ao país a pauta retrógrada dos seguidores de Edir Macedo, o primeiro a estabelecer laços da igreja com Brasília, há trinta anos.

Durante a campanha presidencial de 1989, o então candidato Fernando Collor aproximou-se de Macedo em busca de apoio. O “bispo” pediu, em troca, rezar missa evangélica, em vez da tradicional católica, na posse, se Collor vencesse.

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Collor topou, mas quando o “bispo” foi cobrar a promessa, tirou o corpo fora, tinha sido pressionado a não alterar a tradição. “Mas garanto que no meu governo o senhor terá tudo o que quiser” disse.

Na festa da posse um fato estranho ocorreu. Convidado vip, o “bispo”, a certa altura, tirou os sapatos, ficando só de meias. Seu acompanhante perguntou, então, se havia algum problema com seus sapatos, algum prego solto, talvez.

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O “bispo” esclareceu que não, nada o incomodava. Descalçara os sapatos por outro motivo:

“A gente tem que pisar com os pés descalços o território que deseja conquistar”.

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Trinta anos depois, o “bispo” está no poder por meio de Bolsonaro. Como não há muita possibilidade de a pobreza e a miséria diminuírem até 2022, o eleitorado de Bolsonaro só tende a aumentar.

Os pentecostais crescem porque suas igrejas acolhem os desempregados, os desesperançados, humilhados e perseguidos. É onde eles podem ir, sem acesso a clube ou divertimentos. É onde estabelecem contatos. É onde podem ter ascensão social, podem chegar a pastores, quem sabe um dia abrir uma igreja própria.

Além desse curral fidelíssimo, Bolsonaro ainda conta com seu outro eleitorado submisso – policiais e militares – e o exército de soldados digitais que mantém cativos outros setores da sociedade, como a classe média anti-petista.

Eis porque derrotar Bolsonaro nas próximas eleições não é tarefa para amadores.

Eleitorado de Bolsonaro cresce com crise econômica

Estudo dos economistas Francisco Costa, Angelo Marcantonio e Rudi Rocha, publicado hoje na “Folha” mostra haver relação direta entre crise econômica e aumento da população evangélica no Brasil. Para cada 1% de   queda esperada de renda a adesão ao pentecostalismo aumentou 0,8% nos anos 90. Na década, os evangélicos cresceram 10%, chegando à casa dos 26 milhões.

Levando-se em conta que eles constituem o principal grupo de apoio a Bolsonaro, isso explica o fato de um presidente de nível tão baixo, que envergonha os brasileiros, que ameaça a liberdade ao ameaçar a democracia e que causou prejuízos imensos em 11 meses de governo continue sendo aprovado por 35% da população.

O que praticamente o coloca no segundo turno em 2022.

Os evangélicos pentecostais apoiam Bolsonaro incondicionalmente. Faça ou fale a besteira que for. Os pastores os obrigam. Não há democracia nem livre arbítrio nessas igrejas. O pastor é o ditador. Ele manda e os crentes obedecem.

Mudar a cabeça dos crentes é tarefa impossível. Eles não raciocinam levando em conta fatos e sim no que creem, que é transmitido da bíblia por meio do pastor. E o que está escrito. O rebanho se mantém fiel graças a ameaças de castigos eternos. Quem não obedece é ameaçado com o fogo dos infernos para todo o sempre.

Os evangélicos pentecostais apoiam Bolsonaro porque ele é o primeiro presidente, desde a redemocratização, que tenta impor ao país a pauta retrógrada dos seguidores de Edir Macedo, o primeiro a estabelecer laços da igreja com Brasília, há trinta anos.

Durante a campanha presidencial de 1989, o então candidato Fernando Collor aproximou-se de Macedo em busca de apoio. O “bispo” pediu, em troca, rezar missa evangélica, em vez da tradicional católica, na posse, se Collor vencesse.

Collor topou, mas quando o “bispo” foi cobrar a promessa, tirou o corpo fora, tinha sido pressionado a não alterar a tradição. “Mas garanto que no meu governo o senhor terá tudo o que quiser” disse.

Na festa da posse um fato estranho ocorreu. Convidado vip, o “bispo”, a certa altura, tirou os sapatos, ficando só de meias. Seu acompanhante perguntou, então, se havia algum problema com seus sapatos, algum prego solto, talvez.

O “bispo” esclareceu que não, nada o incomodava. Descalçara os sapatos por outro motivo:

“A gente tem que pisar com os pés descalços o território que deseja conquistar”.

Trinta anos depois, o “bispo” está no poder por meio de Bolsonaro. Como não há muita possibilidade de a pobreza e a miséria diminuírem até 2022, o eleitorado de Bolsonaro só tende a aumentar.

Os pentecostais crescem porque suas igrejas acolhem os desempregados, os desesperançados, humilhados e perseguidos. É onde eles podem ir, sem acesso a clube ou divertimentos. É onde estabelecem contatos. É onde podem ter ascensão social, podem chegar a pastores, quem sabe um dia abrir uma igreja própria.

Além desse curral fidelíssimo, Bolsonaro ainda conta com seu outro eleitorado submisso – policiais e militares – e o exército de soldados digitais que mantém cativos outros setores da sociedade, como a classe média anti-petista.

Eis porque derrotar Bolsonaro nas próximas eleições não é tarefa para amadores.

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