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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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Elite brasileira vibra com nomeação-presente para Eduardo Bolsonaro

"Mensalão, petrolão, Lulinha dono da Friboi, Lula corrupto, Dilma corrupta, todas essas projeções histéricas da nossa elite eram nada mais nada menos que o sonho reprimido deles de, uma vez reinstalados no poder, voltarem a se lambuzar com a riqueza de um país inteiro diante da conivência bovina de uma imprensa conservadora", diz o linguista Gustavo Conde, sobre a apatia da elite diante da nomeação-presente de Eduardo Bolsonaro para a chancelaria nos EUA

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Por Gustavo Conde, para o Jornalistas Pela Democracia - A elite está feliz com Bolsonaro. Ela adorou a nomeação do filho do presidente como chanceler dos EUA. Esta nomeação é um ponto de inflexão na compreensão da nossa psicologia política de turno - e de século, com breve soluço entre 2003 e 2015.

Podemos finalmente entender o que se passou no topo da obscenidade classista brasileira nos anos da democracia mais pujante da história.

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A elite não via apenas o povo viajando de avião e ocupando os melhores espaços acadêmicos.

A elite via o povo feliz.

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Essa visão a deixou histérica.

É por isso que assistimos a este incrível nascimento do ódio, alimentado por veículos frustrados de comunicação que não conseguiram - durante 13 anos - emplacar uma tese sequer sobre Brasil, a não ser a baboseira de sempre.

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Eles passaram por um processo de desconhecimento de Brasil, de desapropriação intelectual de Brasil.

Plantaram o golpe, semearam o ódio, turbinaram o golpismo latente, mas sofreram muito em ver um Brasil maravilhoso, feliz, forte, protagonista, soberano e absolutamente diferente de tudo o que eles idealizaram durante séculos.

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Essa é a nossa elite que celebra hoje a nomeação de um filho de presidente ao cargo de chanceler nos EUA, uma nomeação que é um presente de aniversário.

Nada mais elite do que isso.

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A explicação para esse suicídio de país ganha um novo ingrediente explicativo: tudo o que foi denunciado contra o PT nos anos de democracia real era precisamente o que eles queriam fazer quando retomassem o poder.

Mensalão, petrolão, Lulinha dono da Friboi, Lula corrupto, Dilma corrupta, todas essas projeções histéricas da nossa elite eram nada mais nada menos que o sonho reprimido deles de, uma vez reinstalados no poder, voltarem a se lambuzar com a riqueza de um país inteiro diante da conivência bovina de uma imprensa conservadora.

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Nós estamos em meio a um relato de caso psicanalítico: tudo o que foi - injustamente - projetado de maneira fantasística em Lula e no PT era o desejo real dessa elite em produzir a sucessão infinita de humilhações morais a que estamos submetidos neste preciso momento.

Eles queriam o poder de volta para avacalhar tudo de novo.

Pais sério e feliz? Para quem, cara-pálida?

A esquerda não praticante - sic -, ainda assustada e confusa, faz a sua parte nessa engrenagem de sustentação do logro morista-bolsonariano.

Ela se diz "pessimista".

Só há uma vergonha maior do que ver o avião oficial de seu país transportando cocaína para o exterior, do que ver o filho do presidente sendo nomeado chanceler dos EUA, do que ver a bestialidade diária de um grupo de milicianos dando as cartas em um país imenso que um dia foi feliz e soberano.

Essa vergonha é se olhar no espelho e se dizer "pessimista".

Porque se dizer "pessimista" é se identificar como parte de tudo isso que nos mata a cada dia enquanto nação e enquanto povo.

Lula jamais foi "pessimista" (já pensou se ele fosse "pessimista" quando perdeu três eleições seguidas?).

Essa lição ele deixou (e continua deixando).

Podemos estar mergulhados no limbo da incompreensão de si (poucos se desprendem da vertigem subjetiva para se reinterpretarem à luz da conjuntura histórica atual, longe das armadilhas da linguagem e do discurso), mas a janela de oportunidades para esse passo está aberta.

A crise é a oportunidade para crescer e para fazer história.

Em suma: talvez seja a hora de a esquerda não praticante começar a ser praticante.

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