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Eric Nepomuceno

Eric Nepomuceno é jornalista e escritor

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Elogio ao dia da verdade

O jornalista Eric Nepomuceno escreve sobre a compulsão por mentira de Bolsonaro e o tempo que separa o país de se livrar dele

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Por Eric Nepomuceno, para o Jornalistas pela Democracia

Quando um mentiroso compulsivo diz uma verdade, surpreende meio mundo. Não quer dizer que depois permanecerá sem mentir. Ao contrário: mentirá muito mais, como para corrigir aquele momento de distração cruel.

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Mas nem por isso esse momento fugaz deve ser esquecido. Ao contrário: deve ser registrado, uma espécie de elogio. Jair Messias mente com a mesma facilidade com que respira. Mas de vez em quando escorrega. 

Depois de eleito, deu um exemplo claro dessa exceção: disse que a primeira coisa a fazer seria “destruir esse país aí”, para só então construir outro. E não tem feito outra coisa que destruir, destroçar, tudo o que foi construído ao longo de décadas.  

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Pois agora, há poucos dias, sapecou uma verdade: disse que no Brasil nada está tão ruim que não possa piorar. Mais que uma verdade dita de maneira generalizada – sabemos todos que, na vida, tudo pode piorar, e que por isso mesmo devemos concentrar atenções para evitar que isso ocorra – entendi a frase como uma advertência. Melhor dito: um aviso. 

Como todo mentiroso irremediável comete algum lapso ao dizer uma verdade, Jair Messias cometeu, neste caso específico, dois. 

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Primeiro lapso: dizer uma verdade. 

Segundo: esqueceu de dizer que continuará a não pedir esforços para que a verdade da frase ocorra, ou seja, que tudo que, mais que mal, anda péssimo neste pobre e destroçado país, piore ainda mais. 

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Os números do cotidiano de quase 212 milhões de brasileiros – as exceções são os beneficiados de sempre, a elite manipuladora de dinheiros e recursos – são assombrosos. 

Li ontem mesmo que 161 milhões dos nossos habitantes vivem uma situação de “precariedade alimentar” ou coisa parecida. Traduzindo: têm acesso a menos comida que o recomendável. E soube também que desse mundo de gente, 19 milhões de pessoas não padecem exatamente “precariedade”: diretamente passam fome. Não têm o que comer.  

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Vamos ver: 161 milhões de pessoas são quase duas Alemanhas. Quase quatro Espanhas. Quase dezesseis Portugais. Já 19 milhões seriam como seis Uruguais sem ter o que comer. Quase duas Cubas. Um Chile inteiro. Meio Canadá. 

E Jair Messias adverte: vai piorar. Parte substancial do empresariado e a quase totalidade dessa entidade etérea e invisível chamada de mercado financeiro continuam apoiando Jair Messias e um especulador chamado Paulo Guedes.

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Ouvem a advertência expelida pela boca genocida e se calam. Este é um silêncio estrondoso e cúmplice. Uma cumplicidade que também pode piorar. 

Resta saber como vamos aguentar até o primeiro dia de 2023, quando o Genocida deixará, e para sempre, o palácio presidencial desta ruína chamada Brasil.

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