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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Em busca da delicadeza perdida

Aos reformadores sociais e militantes da boa política é preciso que se diga que categorias como igualdade, justiça, solidariedade e democracia ainda fazem sentido

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A pós-modernidade e este trágico tempo que se dissolve, no dizer de Bauman, esta estranha "modernidade líquida" castrou nossos horizontes, nossas formas de sermos sociedade e, tão somente, desaprendemos aquilo que sequer sabíamos.

O pressuposto central da igualdade é o horizonte que condiciona comportamentos, orienta formas de ser, define uma moral e substancia as ocorrências das éticas individuais ou coletivas. De fato, é um horizonte, mas que vira cotidiano, justifica gentilezas, aperfeiçoa costumes e garante a possibilidade de convivências sadias, justas e irmanadas.

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Este horizonte ainda é atual e mais do que em qualquer tempo histórico é necessidade latente. O poder público, por meio de legislações que visem a edificação de uma sociedade isonômica tem papel fundamental nesta jornada sem-fim. A regra do "ou é para todos ou não é pra ninguém" é moderna e necessária e democratiza as modalidades de poder público, mitigando a potência de elites econômicas bem como o surgimento de outras.

Não tem jeito, o ideal da igualdade é o norte que deve orientar condutas e manifestações e tudo o que se realizar, portanto, fora dessa perspectiva é motivo de constrangimento social e público porque é desnecessário, nada contributivo à sociedade desejada e necessária e tributária de formas sociais desiguais, assimétricas e, portanto, injustas, experiência que, por sinal, nós, os brasileiros, estamos muito bem familiarizados.

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De outra forma, desde a construção de uma praça, passando por políticas de investimento econômico até aos modelos de gestão e governança de regiões ou mesmo do país só se justificam se as ações realizadas se inscreverem no horizonte da isonomia social, na igualdade de oportunidades, na superação de toda sorte de racismos, preconceitos e discriminações e na anulação integral dos modernos mecanismos geradores de alienação e de indiferença ante aos dilemas que atravancam o desenvolvimento do potencial humano rumo a si mesmo e ao seu futuro.

Finalmente, aos reformadores sociais e militantes da boa política é preciso que se diga que categorias como igualdade, justiça, solidariedade e democracia ainda fazem sentido, ainda possuem muita importância em um mundo matizado por lógicas binárias, pelo simplismo de algoritmos informacionais que se pretendem gestores do mundo e de seus mistérios.

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Porque, talvez em momento de desaviso e embriagados que estamos pela hipnose informacional de iPhones, smartphones, redes sociais e digitalidades outras, tenhamos quem sabe, nos esquecido de que este mundo em que vivemos é ainda um mundo de morte e de novas formas de escravidão.

Vivemos, ainda vivemos, em um mundo onde um bilhão de seres humanos passam fome; onde dois bilhões de vidas não utilizam um miserável vaso sanitário; onde três bilhões de humanos não tem acesso a escoamento sanitário e água potável e onde, enfim; guerras e conflitos localizados ou não, são os principais e mais determinantes dinamizadores da política, da cultura, das sociabilidades, das gestões estatais e das formas de ser dos países atuais.

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