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Matheus Madeira

Jornalista especialista em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional

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Em busca do jovem de esquerda que preferiu não votar

A lição da eleição de 2020 talvez seja a de que o eleitor jovem tem disposição de renovar a esquerda. Mas a esquerda precisa se renovar para este eleitor

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Todo militante de esquerda há de estar buscando uma explicação para o resultado das eleições deste ano. Bolsonaro saiu derrotado, mas não foi sua oposição que cresceu. Ao contrário, o troféu foi destinado aos aliados do governo genocida que nos trouxe a esse caos institucional em que vivemos hoje. Indiretamente, pode se concluir que o bolsonarismo “raiz” está comprometido, mas há um neobolsonarismo em gestação. Menos Ernesto Araújo e Damares Alves, mais Paulo Guedes e Ricardo Salles. Portanto, mais convite aos trabalhadores para que sacrifiquem suas migalhas em prol da recuperação econômica do país, da balança comercial e do equilíbrio do modelo capitalista que os devora.

Talvez haja uma luz no fim do túnel. Algumas candidaturas de esquerda mostraram, pontualmente, competitividade. Guilherme Boulos em São Paulo, Manuela D’Ávila em Porto Alegre e Marília Arraes em Recife são bons exemplos. Lideranças jovens, mas também que se conectaram a novas gerações de eleitores. Pessoas formadas politicamente em uma era diferente das em que eles próprios, do alto de seus quase 40 anos, foram moldados.

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A geração que abraçou as candidaturas à esquerda não espera a noite começar para se informar sobre política no Jornal Nacional. Tampouco lê o jornal enquanto toma café da manhã. As redes sociais (em suas infindáveis variáveis) se estabeleceram como primeira tela e as pautas identitárias claramente têm espaço especial de discussão.

Não são poucas as análises que levam a essa conclusão. Inclusive em sites de extrema direita, que debatem abertamente o que, para eles, é uma baita deficiência. É só dar uma espiadinha por lá e avaliar o desempenho dos Mamãe Falei da vida.

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Neste final de semana a Folha de São Paulo trouxe um dado novo para um debate estabelecido: a abstenção da eleição deste ano foi muito grande, mas ainda maior entre os eleitores de 18 anos. O aumento de 124% em relação a 2016. Muito maior que o registrado em qualquer outra faixa etária. Algo similar ao que se viu em 2018, quando parte de quem se opunha a Bolsonaro resolveu não participar da eleição.

Uma ausência entre os mais idosos poderia significar receio de contaminação pelo coronavírus. Entre os votantes de primeira viagem, parece sinal do mais puro desinteresse. Na falta de quem o represente, o jovem ficou em casa mesmo. A ideia do voto cativo de esquerda está ficando no passado. Voto se conquista a cada momento.

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A lição da eleição de 2020 talvez seja a de que o eleitor jovem tem disposição de renovar a esquerda. Mas a esquerda precisa se renovar para este eleitor. Precisa entender sua linguagem e estabelecer comunicação direta. Num cenário em que o voto vai se tornando facultativo na prática, a missão parece clara. Sob pena de ser abandonada sob a forma da abstenção.

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