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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Em defesa da soberania do Brasil

Estarrecer-se com as abjeções proferidas e feitas por Bolsonaro é perda de tempo. Dele e do seu governo, que mais parecem um sanatório geral, não se pode esperar algo diferente. O brasileiro deve se atentar para o desmonte e posterior venda do patrimônio nacional. Amanhã, defender a educação e a democracia é defender a soberania do País

(Foto: Mídia Ninja)
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Resta saber da sociedade brasileira quantos mais despautérios vai tolerar de um presidente sem qualificação alguma para o cargo que ocupa. Porém, há uma lógica perversa dessa caricatura de presidente de uma republiqueta de bananas. Ele não se cansa e até se jacta da sua produção de sandices que envergonham o Brasil perante o mundo civilizado. Chama a atenção para si enquanto o País vai sendo açambarcado pelo mercado financeiro. Como um colegial da 5ª da série que se orgulha de ser a arrogância, o estorvo, a sabotagem, a fraude, a truculência, assim representado em seu ministeriado, Bolsonaro se evidencia, enquanto o seu ministro da Economia, Paulo Guedes, entrega o Brasil ao capital financeiro. A maior empresa brasileira, a Petrobras, está sendo sucateada, desmontada, esquartejada e entregue, como se não fosse um patrimônio do povo brasileiro.

A discussão vai muito além do valor venal de mercado da empresa. Trata-se de decidir a submissão, ou não, da soberania nacional às demandas de desenvolvimento de outras nações. O pré-sal, além de outros recursos energéticos, chamou os holofotes do jogo geopolítico mundial sobre o Brasil. Trata-se da autonomia de decidir o que se fazer com abundante fonte de energia mundialmente demandada. A operação cuja Vaza Jato revela uma farsa contribuiu muito para as empresas estrangeiras se apossarem, dentre outros ativos, de um moderno sistema de transporte de gás, construído com tecnologia da Petrobras e pago pelos brasileiros. Quando autorizou o Executivo a entregar o controle acionário de subsidiárias de estatais, sem o crivo do Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal interferiu em decisão que não é da sua alçada, mas sim da sociedade brasileira, a quem pertence a Petrobras e as demais estatais que Paulo Guedes quer entregar.

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A despeito da lucratividade e condição estratégica, mas com uma decisão lesa-pátria, exarada pelo STF, 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG) deixou de ser brasileira, por R$ 21,4 bilhões. O transporte de gás é uma etapa estratégica da produção, podendo impor determinadas condicionantes para determinadas regiões terem acesso ao combustível, que agora é tratado pela ótica de desenvolvimento de outros países, como França e Canadá, e não mais do Brasil. Em junho, desde que deixou de ser dona da empresa, a Petrobras desembolsou R$ 248 milhões para utilizar as estruturas que construiu. A projeção de desembolso, para o restante do ano, é de R$ 2,9 bilhões. Em menos de seis anos, os países que compraram a TAG já a terão pagado.

Ao entregar ativos lucrativos para abater uma dívida pagável, justamente com a atividade de suas empresas, a Petrobras perde fôlego para saldar o que deve, porque não tem mais o lucro antes auferido, além de aumentar a despesa de aluguel de equipamentos, serviços e remanejamento de pessoal, uma vez que a empresa já não é mais sua. E, como não há nada tão ruim que não possa piorar, abrir mão dessas empresas é passar da condição de produtor para de consumidor de tecnologia estrangeira. O governo Bolsonaro está obrigando o Brasil a se desfazer de uma complexa e extensa cadeia produtiva do petróleo. Paulo Guedes vai vender todas as refinarias brasileiras, o topo da industrialização do petróleo. O Brasil está vendendo óleo cru para comprar derivados de outros países, com alto valor agregado de tecnologias que os brasileiros já construíram.

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Estarrecer-se com as abjeções proferidas e feitas por Bolsonaro é perda de tempo. Dele e do seu governo, que mais parecem um sanatório geral, não se pode esperar algo diferente. O brasileiro deve se atentar para o desmonte e posterior venda do patrimônio nacional. Petrobras, Banco do Brasil, CEF, BNDES, Eletrobras, Correios, dentre várias outras empresas de fundamental importância para o Estado induzir o desenvolvimento econômico e social. Elas são vitais para ampliar o acesso da sociedade em todos os campos, desde os bancos escolares ao financiamento de projetos culturais, de micro e pequenas empresas, a grandes projetos de infraestrutura, como a transposição do Rio São Francisco, o Minha Casa Minha Vida, a construção de acelerador de partículas, 100 mil bolsas de estudos para estudar no exterior. São essas políticas que fazem um país engrandecer. Porém, sem essas ferramentas, nada disso será desenvolvido pela iniciativa privada. Portanto, amanhã, defender a educação e a democracia é defender a soberania do País.

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