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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Ensaio geral do entreguismo nacional

Os militares, que mandarão prá cachorro no governo Bolsonaro, suportariam até quando a estratégia antinacionalista, entreguista, de Paulo Guedes, se, eleitoralmente, ela é suicida, como demonstrou a experiência de Temer, à qual o programa de governo Bolsonaro se baseia?

Ensaio geral do entreguismo nacional (Foto: Marcelo Camargo - ABR)
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Salvar industrias?

A declaração de Paulo Guedes de que salvará a indústria, apesar dos industriais brasileiros, alarma o meio empresarial; que diabo é essa combinação frasista escalafobética?

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está em polvorosa, especialmente, depois que Guedes disse que Mercosul não é prioridade; como reagirão as indústrias automobilísticas, que têm seu mercado mais forte na Argentina e México, devido aos acertos realizados pela combinação de governos e empresas, armados em torno do BNDES, candidato à desativação?

Sem o Mercosul, com sua tarifa externa comum, as indústrias instaladas, no Brasil, ampliarão seu mercado nos Estados Unidos, Europa, Japão e China, em plena guerra comercial global, aberta pela Era Trump?

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Também, o pessoal do agronegócio, na Confederação Nacional da Agricultura,  está de cabelo em pé; os árabes são, depois da China, maiores consumidores de frango brasileiro; se Bolsonaro diz que abrirá embaixada brasileira em Jerusalém, acompanhando os Estados Unidos, isso não poderia prejudicar os exportadores de aves para o Oriente Médio?

E a China, 75% das exportações brasileiras, maior importadora de grãos do Brasil, ficará de braços cruzados diante da neo-prioridade geoestratégica bolsonariana de fechar com os Estados Unidos, que não importam nem 1 grão de soja brasileira?

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Os industriais se alarmam com a superconcentração de poder nas mãos do novo czar Paulo Guedes, que controlará Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio; correrá ou não perigo a indústria nacional – ou o que resta dela – de sucateamento total, se for cumprida a pregação pauloguedeseana de liberação geral das porteiras econômicas e financeiras?

O carro-chefe da indústria nacional, há 50 anos, a Petrobrás, vai ou não sucumbir, mantida estratégia de preços dos combustíveis, que achata os salários e diminui consumo interno?

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População estará submetida às cotações dos preços geradas a partir da valorização do dólar e do preço do óleo, no mercado especulativo global, enquanto gasta em real; bonito!

Os militares, que mandarão prá cachorro no governo Bolsonaro, suportariam até quando a estratégia antinacionalista, entreguista, de Paulo Guedes, se, eleitoralmente, ela é suicida, como demonstrou a experiência de Temer, à qual o programa de governo Bolsonaro se baseia?

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Sistema S, adeus

Assim como o golpe neoliberal de 2016 detonou, no rastro da reforma trabalhista, o imposto sindical, para acabar com sindicatos dos trabalhadores, a estratégia anti-nacionalista de Guedes, agora, detonaria, também, pelo que já se comenta nos bastidores, a arma financeira da mobilização do patronato empresarial: o Sistema S(Sebrae, Senai, Sesi, Sesc, Senar etc).

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Esses organismos, controlados pelos empresários(indústria, comercio, agricultura e serviços), sobrevivem por meio de percentual incidente sobre a folha nacional de salário; tal recurso, por sua vez, é aprovado, controlado e fiscalizado por organismos estatais, como TCU etc.

Sem a bilionária grana do Sistema S(R$ 2,7 bilhões, em 2017), que Guedes quer abocanhar, buscando o mesmo objetivo, fazer ajuste fiscal, para sobrar mais recursos ao pagamento de dívida pública, o complexo confederativo empresarial(sindicatos e federações), criado na Era Vargas, desaba; como ficaria o ensino técnico empresarial bancado pelo Sistema S, se o Estado não poderá supri-lo, caso permaneça congelamento geral de gastos sociais, por vinte anos, determinado pelo neoliberalismo de Temer, orientado pelo Consenso de Washington?

Exterminar a Era Vargas(Getúlio foi pai dos pobres e mãe dos ricos, como destaca Samuel Wainer, em “Minha razão de viver”) é o objetivo final do modelo ultra-neoliberal que Paulo Guedes quer colocar em pé, com ampla ajuda da grande mídia oligopolizada conservadora antinacional.

A classe empresarial estaria ou não dando tiro no pé ao apoiar o ultra-neoliberalismo bolsonariano?

Desnacionalização bancária

Depois da desestabilização dos industriais, o próximo passo seria  desnacionalização do sistema financeiro nacional; a ampla autorização para criação das Fintechs – financiamento tecnológico -, em nome do aumento da concorrência bancária, no país, para diminuir juros, representaria ou não primeiro passo para os grandes bancos internacionais se instalarem e fazerem a festa?

Por que um Citibank ou Banco de Boston etc não atuariam nesse sentido, inicialmente, por meio de financeiras, aparentemente, inocentes, para, depois de certo tempo, abocanhar um Itaú ou Bradesco, comprando maioria de suas ações, dominando, na sequência, o mercado bancário nacional?

O oligopólio grande come o oligopólio menor e assim por diante; como se tem visto, o que tem barrado o oligopólio privado é o oligopólio estatal; se o oligopólio internacional entra em cena, já viu, né!

Fintech,  startup que trabalha para inovar e otimizar serviços do setor financeiro, possui custos operacionais muito mais baixos que de bancos tradicionais, conseguindo utilizar tecnologias que elevam a eficiência dos processos.

Ainda que seja difícil de incomodar os bancos tradicionais em volume de operações, é possível, se as fintechs tiverem por trás de si grandes corporações financeiras para bancá-las, oferecer mais opções aos consumidores, com cartão de crédito sem anuidade, e tomar mercado dos grandes.

E assim a festa da desnacionalização industrial e bancária vai prosseguir na dança ultra-neoliberal pauloguedeseana.

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