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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Espero que não aconteça com Tite o que aconteceu com João Saldanha

Tite foi correto ao declarar que não irá levar a seleção brasileira a Bolsonaro se ganhar a Copa América em 2019 e que se sentiria desconfortável com isso

Espero que não aconteça com Tite o que aconteceu com João Saldanha (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia  - Tite foi correto ao declarar que não irá levar a seleção brasileira a Bolsonaro se ganhar a Copa América em 2019 e que se sentiria desconfortável com isso: "Não, na minha atividade não se mistura" disse ao UOL. "Eu não me sinto confortável. Eu tenho opinião, mas não devo opinar. Sei da minha posição. Não quero misturar, não se mistura como esporte".

É o que também acho.

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Não vou deixar de ser palmeirense por causa do vexame que a diretoria atual proporcionou na festa do título. Não tinha nada que convidar o presidente eleito que se declara palmeirense. Coisa muito esquisita, aliás, porque ele sempre se elegeu pelo Rio, mora no Rio. Como pode ser palmeirense se é mais carioca que paulista?

Depois, quem defende em público um torturador, desrespeita mulheres, negros e gays não pode ser homenageado e sim repudiado. Ainda que se torne presidente da República. O cargo não melhora o caráter de ninguém.

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Não vou deixar de torcer para o Felipão levar o Palmeiras a ganhar mais campeonatos, mas achei lamentável ele ter prestado continência, abraçado e até ter feito carinho nessa mesma figura.

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O oportunismo de Bolsonaro ficou explícito. Ele até levantou a taça, como se tivesse a ver alguma coisa com a conquista. Estava na cara que usou o evento como palanque para ele. Achou ótimo misturar futebol com política.

Espero que não aconteça com Tite o que se deu com João Saldanha. Era o técnico da seleção brasileira de 1970. O time foi apelidado pela imprensa de "as feras do Saldanha". Ele convocou os melhores, não importava se jogavam na mesma posição. Gerson, Tostão, Rivelino usavam o mesmo número nos clubes. Na seleção jogaram juntos. Ele montou aquela que até hoje é considerada a melhor seleção brasileira de todos os tempos.

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Durante os preparativos, o ditador de plantão, o general Médici, que gostava de ser fotografado no estádio do Maracanã com o ouvido grudado num radinho de pilha resolveu aconselhar Saldanha a convocar mais um atacante, o Dadá Maravilha ou Dadá Beija-Flor, um folclórico jogador do Atlético Mineiro.

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Saldanha respondeu pela imprensa: "O general manda no governo; na seleção mando eu".

Foi sua última entrevista como treinador. Zagalo assumiu em seu lugar. E convocou Dadá Maravilha. Que não jogou, mas recebeu a medalha de campeão do mundo com os verdadeiros campeões.

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Na volta ao Brasil, Zagalo os levou a Brasília para comemorar com Médici e seu radinho de pilha.

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