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Judson Nascimento

Professor universitário, Doutor em Engenharia de Produção, atua nas áreas de gestão e inovação social, além de consultor da Incubadora Afro Brasileira no Rio de Janeiro

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Esquerda e direita, uma questão de escolha?

O discurso da esquerda não está presente na mídia de massa, por isso tanto desconhecimento e preconceito

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Creio que a maioria dos que se encontram à direita não escolheu estar lá, não é uma decisão tomada, não há um movimento nessa direção porque o processo natural os leva para esta posição, já que apesar de não serem maioria, é composta pelas elites representadas por quem detém o poder do capital, como as industriais e os meios de comunicação de massa, impondo e reforçando constantemente a ideia de um pensamento único e dominante, tido como "correto". Uma estratégia comumente utilizada pela burguesia de superestimar um problema, geralmente econômico, portanto mais sensível à população. Tal atitude é geralmente transformada em bandeira do impeachment, levando o povo a confundir indignação com o mal resultado do governo e corrupção generalizada, com o pedido de impeachment da presidente Dilma, como se tudo fosse uma coisa só. É uma estratégia bastante eficaz, porém nada original devido ser uma reprodução do golpe de 64.

Já a esquerda necessita de movimento, não se é de esquerda por osmose, já que a pressão é para ser de direita e resistir a isso é uma decisão, mas que para ser tomada necessita de questionamento do que o pensamento único determina. Nesse sentido, não se pode ir contra algo sem um mínimo de informação e espírito questionador, por isso o movimento à esquerda não virá sem alguma compreensão ainda que pequena da real face da direita, do que está por trás do discurso dominante. O discurso da esquerda não está presente na mídia de massa, por isso tanto desconhecimento e preconceito. Este movimento à esquerda, como qualquer outro, exige trabalho, isto é, gasto de energia, pois vai ter que remar contra a maré, o que alguns não se mostram muito dispostos a fazer, uma vez que é mais fácil chegar em casa ligar a televisão no canal de sempre e deixar que a informação entre e reforce o que sempre se acreditou, sem o contraditório. Para se movimentar à esquerda é preciso ir buscar a informação, correr atrás, vencer obstáculos, procurar uma outra verdade que está obscura, que não se revela por si só, que necessita ser descoberta como um iceberg e isto certamente dá trabalho.

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Ainda assim dados revelam que há uma parcela da população que está se dispondo a caminhar cada vez mais nesta direção, como mostra a pesquisa do Data Folha que destaca intenções de voto à Lula superiores à de Aécio e Marina, bem como a queda de 68% para 61% de apoio ao impeachment, o que significa que em 20 dias, aproximadamente 14 milhões de pessoas mudaram de opinião. Este fenômeno pode ter várias razões, mas provavelmente deve ser a atuação esdrúxula, parcial e as declarações de alguns parlamentares pró-impeachment, bem como o comportamento dos conglomerados midiáticos. Estes, não estão medindo esforços e de maneira escancarada, estão tentando forjar uma opinião uníssona favorável ao impeachment. Todo este escárnio indica que o tiro está saindo pela culatra, tendo em vista a queda livre nas pesquisas dos principais candidatos da oposição ao governo federal e da expressiva mudança de opinião em tão pouco tempo. A continuar seguindo esta tendência, os deslocamentos à esquerda podem intimidar os parlamentares na aprovação do impeachment.

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