Esquerda precisa passar longe de apoiar candidato golpista
A hora é de sinalizar para a sociedade nossas diferenças e, mesmo que com uma candidatura com pouca capacidade de ganhar, reafirmar nossa plataforma política, de defesa das conquistas da Constituição de 1988, de defesa do patrimônio nacional, de defesa dos direitos humanos e do fim das opressões de gênero, étnica/racial e de orientação sexual e identidade de gênero
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Essa semana tem eleição da presidência da Câmara dos Deputados.
Espero sinceramente que a tática da esquerda passe longe de apoiar um candidato golpista, como chegou a ser ventilada a possibilidade de apoio ao Rodrigo Maia, do DEM.
A hora é de sinalizar para a sociedade nossas diferenças e, mesmo que com uma candidatura com pouca capacidade de ganhar, reafirmar nossa plataforma política, de defesa das conquistas da Constituição de 1988, de defesa do patrimônio nacional, de defesa dos direitos humanos e do fim das opressões de gênero, étnica/racial e de orientação sexual e identidade de gênero.
A crise do sistema político é profunda. As instituições passam por um descrédito sem precedentes. O golpe escancarou quem são os "representantes" no parlamento: homens milionários, brancos, heterossexuais e comprometidos com interesses empresariais que os financiaram, tudo menos a defesa do povo brasileiro.
Neste momento, é preciso fazer um balanço dos nossos erros. Abandono de princípios e bandeiras caros da esquerda a favor da governabilidade, um acordo feito sempre por cima sem a necessária mobilização social para buscar avançar em reformas estruturais.
Nosso inverno será longo. Estamos isolados e o programa neoliberal do Presidente Golpista se afirma com apoio da grande mídia. Vimos que o combate contra a corrupção foi uma farsa para tirar a Dilma do poder e acabar com o PT. Mas, não podemos menosprezar os desvios éticos cometidos por pessoas do nosso campo, que muito colaboraram para nossa criminalização.
Agora é a hora de encarar nossas dificuldades com outra postura. É hora de nos reorganizar com um novo programa econômico e social que aponte o futuro. Reconstruir nossas pontes com as periferias e movimentos sociais, renovar nossa linguagem e formas de fazer política para dialogar com as novas gerações.
A esquerda precisa revisitar seus valores! É necessário reivindicarmos a simplicidade nos modos de vida e o respeito ao meio ambiente. Uma esquerda mais libertária, que respeite todas as formas de amar e conectada com as lutas em defesa do aborto, na descriminalização do uso de drogas, no fim do genocídio da juventude negra e em defesa do casamento LGBT.
Podemos perder na Câmara dos Deputados, mas ganhar muito na sociedade e na possibilidade de construir uma nova esquerda, capaz de enfrentar os tempos sombrios que vivemos no Brasil!
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