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Igor Corrêa Pereira

Igor Corrêa Pereira é técnico em assuntos educacionais e mestrando em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro da direção estadual da CTB do Rio Grande do Sul.

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Eu defendo a Universidade Pública. E você?

O chamado tsunami da educação, que aglutinou milhares de pessoas nas ruas ano passado, foi o último ato massivo progressista, revelando o grande apoio a Universidade Pública na sociedade. É preciso construir outros tsunamis. É hora de chegar, mesmo que virtualmente, em cada pessoa, seja docente, seja técnico, seja estudante, ou mesmo e principalmente a população de fora de seus muros, e fazer um importante convite:

Protesto na UNB
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O que devemos preservar nessa guerra de escala mundial contra um vírus que já trouxe tantas perdas e dores? Enquanto sociedade, precisamos derrotar o vírus e ser capazes de nos reconstruir. Para essas duas tarefas, a Universidade Pública tem se mostrado essencial. Por isso, defender a Universidade é tão importante. Disso depende a preservação de nosso futuro. E esse objetivo deve unir as comunidades universitárias e a sociedade em geral. Precisamos de uma grande campanha de defesa da Universidade Pública. Hoje, mais do que nunca.

A Universidade Pública tem cumprido destacado papel no combate ao COVID-19. Foram registradas mais de 800 pesquisas sobre o Coronavírus somente nas instituições federais de ensino Superior, segundo informa a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (ANDIFES). Além das pesquisas, tem atuado na execução de testes de diagnóstico, produção de álcool gel, equipamentos de proteção individual em impressoras 3D, desenvolvimento de aplicativos para permitir a atuação de pequenas e médias empresas em vendas pela internet, campanhas educativas de instrução a população, assistência a comunidades carentes distribuindo alimentos e roupas, junto aos comitês dos governos para combater a crise, bem como outras tantas formas. A Universidade também será útil depois do fim da pandemia, na reconstrução do país. Nenhuma nação pode pensar em reconstrução e nem em desenvolvimento sem a produção de conhecimento. E para esse fim, a  Universidade é fundamental.

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Para continuar enfrentando esse momento tão grave, e para ajudar na reconstrução do país, a Universidade Pública deve unir sua comunidade envolvendo todos os seus segmentos e agregando o apoio social. As reitorias devem ser capazes de, no exercício de sua autonomia, praticarem a democracia interna e garantir a participação de docentes, técnicos e estudantes, em diálogo com a comunidade externa. Um bom exemplo disso foi a Universidade Federal da Bahia que realizou de 18 a 29 de maio um Congresso virtual que contou com a participação de 35 mil pessoas em 700 mesas, promovendo debates sobre o enfrentamento a COVID-19, democracia, diminuição de desigualdades sociais raça e gênero, dentre outros. 

Essa unidade é fundamental pois a Universidade tem sido atacada no seu financiamento, na sua dimensão simbólica, e na sua autonomia, por um governo federal que está mais preocupado em fazer uma guerra cultural conservadora do que ajudar o Brasil a enfrentar a conjunção de crises. Justamente no momento em que a Universidade precisa de investimentos para pesquisa e outras ações, seu financiamento segue restringido pela infame PEC dos Gastos que corta investimentos para a saúde e educação. 

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Em meio a essa grave crise, precisa lidar ainda com as injúrias e difamações saídas do Ministério que deveria promover a educação, mas parece mais preocupado em querer a prisão dos ministros do STF. O ministro Weintraub propaga uma série de mentiras, atribuindo essas instituições a imagem distorcida de lugar da balbúrdia, da produção de drogas ilícitas e onde inimigos ideológicos imaginários fariam toda a sorte de atividades criminosass. Como se isso não bastasse,  ameaça a autonomia universitária. Só em 2019, o governo interferiu em metade das nomeações para Reitor nas universidades. Uma intervenção inédita na recente história da democracia. De um governo que declara ser o servidor público um inimigo a quem se deve jogar a “granada no bolso” do congelamento salarial, nada de bom pode se esperar e só com unidade pode se enfrentar.

Em resposta a esses ataques governamentais, a comunidade se unirá praticando a democracia, a autonomia, a busca da diminuição das desigualdades sociais, étnicas e de gênero como forma de colocar em prática os princípios firmados na Constituição Cidadã de 1988, que em última instância também é alvo deste presidente. É possível praticar a democracia interna levando em conta as reivindicações de todos os segmentos? É possível planejar o retorno às atividades no “novo normal” sem abrir mão de nenhum estudante, docente ou técnico que tenha dificuldades de acesso e letramento no ambiente virtual?

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Com esforço coletivo, sim é possível. Sem sacrificar o todo pela parte, tendo em vista o que é estratégico, sim é possível.  É estratégico ter mente que 70,2% dos estudantes das universidades federais é de baixa renda, conforme pesquisa da ANDIFES. Esse contingente não pode ficar para trás, pois a Universidade deve praticar o princípio constitucional da redução das desigualdades sociais. Também não podem ficar para trás docentes e técnicos que tenham dificuldades de acesso e manuseio das ferramentas digitais. Ou os técnicos e docentes que foram submetidos a corte de adicionais de insalubridade e transporte justamente num momento delicado para sustentarem suas famílias. Ninguém pode ser ignorado ou deixado para trás. Se não formos juntos, não vamos. Por que todos importam para defender a Universidade e a Universidade só produz a esperança de um futuro melhor, se for capaz de defender esse conjunto. 

O chamado tsunami da educação, que aglutinou milhares de pessoas nas ruas ano passado, foi o último ato massivo progressista, revelando o grande apoio a Universidade Pública na sociedade. É preciso construir outros tsunamis. É hora de chegar, mesmo que virtualmente, em cada pessoa, seja docente, seja técnico, seja estudante, ou mesmo e principalmente a população de fora de seus muros, e fazer um importante convite: 

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- Eu defendo a Universidade Pública. E você?

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