Eu vi! O orgulho de um povo, renascer no Tuiuti

Eu vi! O orgulho de um povo, renascer no Tuiuti

Foi no carnaval, no palco principal
De uma festa tão bonita
Que um grito visceral, contra o golpe capital
Ecoou na avenida.

A dor de uma escravidão, a farsa da libertação
E o cativeiro social de hoje em dia.
Mexeu com os brios dessa gente, e o "gigante", novamente
Percebeu que adormecia.

Oh, Democracia! Onde estás?
Mostra-nos a sua verdadeira face.
Oh, nossa coragem! Onde andarás?
Unamo-nos, a desfazer todo esse enlace. 

Não somos escravos de nenhum senhor
Mas estamos sendo novamente acorrentados
Pelo escravagismo reformado de um novo colonizador.
Mas, a genialidade de um artista, retratou, à clara vista
A folia que um monstro planejou.
As panelas que batiam com deboche, empunhadas por um bando de fantoches
Anunciando que o pato acordou.

E aquele bom Juiz que se apresenta, cumpre apenas a justiça que alimenta
A fome de poder do opressor
Que deseja até o ar que eu respiro e se materializa, sob as garras de um vampiro
Que promete ser o grande salvador. 

Um enredo que a gente já conhece, mas, se contado de outro jeito, nem parece
Que o final dessa história é sempre ruim
Mas o samba quando é bom, também liberta. Lava a alma, abre a mente e nos desperta
A lutar por liberdade até o fim.

E o paraíso abriu as portas para a verdade. A fantasia falou da realidade
E a coroa brilhou nessa escuridão.
Os ramos de seus louros são renovo, a vitória, por moral, é desse povo
Que contagiou, de novo, essa nação.

Eu vi! Eu vi!
O orgulho de um povo, renascer no Tuiuti.