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Túlio Ribeiro

Economista, pós-graduado em História Contemporânea, mestre em História social e doutorando em Desenvolvimento Estratégico pela UBV de Caracas. Autor do livro A Política de Estado sobre os recursos do petróleo, o caso venezuelano (2016). Autor participante do livro A Integração da América latina: A História, Economia e Direito (2013)

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EUA e Israel são os responsáveis pelos distúrbios no Irã

Vinculados a fatos atuais e mais uma vez aos interesses dos EUA em pressionar o Irã, começou neste 28 de dezembro em várias cidades marchas de protestos pelo "custo de vida", ironicamente reflexo das sanções promovidas pelo próprio país americanos e seus aliados europeus

Iranianos participam de manifestação pró-governo no Irã 03/01/2018 Tasnim/Divulgação via REUTERS (Foto: Túlio Ribeiro)
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Em 19 de agosto de 1953, o primeiro-ministro do Irã Mohammed Mossadegh eleito democraticamente em 1951 e reconduzido em 1952 foi derrubado por ação do governo do Reino Unido e dos Estados Unidos. Mossadegh tinha logrado êxito em nacionalizar o petróleo de seu país, ferindo o controle da Anglo-Persian e atingindo interesse da estadunidense Standard Oil. O protagonismo apontou o modo de nações com grandes reservas, auferir sucesso na acumulação de capital. A interferência deste dois países ocidentais com golpe chamado projeto AJAX, lançou o Irã de uma monarquia constitucional para sucumbir numa monarquia autoritária até a destituição do xá Mohammad Reza Pahlavi em 1979 com a revolução iraniana.

Vinculados a fatos atuais e mais uma vez aos interesses dos EUA em pressionar o Irã, começou neste 28 de dezembro em várias cidades marchas de protestos pelo "custo de vida", ironicamente reflexo das sanções promovidas pelo próprio país americanos e seus aliados europeus. As manifestações induzidas com financiamento e apoio da mídia aliada, tem se distanciado de atos pacíficos em suposta defesa do poder de compra dos salários, elas se caracterizam pela violência e vandalismo contra o patrimônio público ou privado. Por certo seu principal objetivo é gerar instabilidade política na antiga Pérsia.

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O presidente Donald Trump (EUA) e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu celebraram os distúrbios, se escondendo no discurso pela defesa dos direitos humanos:

"O Irã está fracassando em todos níveis , apesar do terrível acordo feito com eles pela administração Obama. O grande povo iraniano tem sido reprimido durante muitos anos. Estão famintos por comida e liberdade junto por direitos humanos. A riqueza do Irã está sendo saqueada. É hora de mudança!".

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"Vários iranianos estão nas ruas, eles buscam a liberdade e justiça. Querem a liberdade básica que lhe negam há décadas. O governo iraniano gastou milhões de dólares para difundir o ódio, em lugar de construir escola e hospitais para seu povo."

Percebe-se o esquecimento proposital de qualquer preocupação com os estadunidenses que vivem nas ruas de suas cidades, sem moradia ou alimentação; ou de assumir as limitações que impostas de remédios, comida e dignidade aos palestinos que se negam viverem como escravos de Israel em pleno século XXI.

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Dentro deste enredo estadunidense a embaixadora do país na ONU , Nikkei Haley se apressou a pedir uma reunião no Conselho de Segurança , coube a porta voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, ameaçar lembrando que "novas sanções é um dos instrumentos possíveis". A verdade nos mostra que a potência americana fomenta distúrbios, esquecendo como trata com força os movimentos internos como "ocupa Wall Street" e se intitula defensora do povo iraniano que sofreria com o leque de sanções que os próprios americanos do norte criaram contra o país oriental. Demasiada contradição só aclara os verdadeiros objetivos da aliança EUA-Israel.

Em curto prazo, debilitar o governo do Irã com intuito de alterar o acordo já assumido com este pala as cinco potencias do Conselho de Segurança e Alemanha.

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Esta resolução homologada recentemente, em 14 de julho de 2015, estão sendo cumpridas totalmente e designou a suspensão das sanções ao passo que o Irã colocou seu programa nuclear sobre vigilância das agências da ONU.

Os EUA , não aceitam a liderança regional iraniana, seja pela vitoriosa ação conjunta com a Rússia em apoiar unificando a Síria e expulsando terrorista financiados por Israel ou em questão econômica, ao promover com sucesso acordos entre produtores de petróleo elevando o patamar do barril.

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O plano estratégico visa a médio prazo, suprir a demanda centenária dos Estados Unidos em possuir uma aliado que controle a região com firmeza e garantindo a estabilidade com o poder bélico, que Israel já possui. Netanyahu não deseja apenas as terras que ocupou indevidamente , afinal " os escolhidos tem direito divino as vastas áreas " que suplantam o acordo de 1967. O objetivo que se mostra é um Oriente Médio não apenas com Israel, mas controlado por ele e garantido pela aliança como os Estados Unidos.

O caminho da pluralidade no desenrolar deste século exige que China, Rússia, Índia , uma Europa independente e talvez uma América latina que recupere a altivez, possam impedir que os EUA e Israel implantem seus interesses contemporâneos, e assim salvar a livre convivência entre a diversidade dos povos.

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