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Ronaldo Lima Lins

Escritor e professor emérito da Faculdade de Letras da UFRJ

199 artigos

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Falta de ar

Diante da ausência da prevenção contra a epidemia, parece previsível que a situação se estenda pelo restante do país e vejamos, em processo de asfixia, uma catástrofe de dimensões alarmantes

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Estarrecida, a nação veio a saber que as pessoas estão morrendo em Manaus por falta de oxigênio. 

Diante da ausência da prevenção contra a epidemia, parece previsível que a situação se estenda pelo restante do país e vejamos, em processo de asfixia, uma catástrofe de dimensões alarmantes. É o que ocorre quando, por um lapso, a população, confusa, privilegia a escolha de dirigentes sem cuidado. Claro que o governador Wilson Lima (PSC) não tomou as devidos providências, e subestimou os efeitos de uma nova onda do coronavírus diante da liberação de medidas anteriormente implementadas. O cansaço com o isolamento (imposto a duras penas, desde o início do processo) nem sempre conta com o apoio de todos e do comércio. Com a inexistência de uma orientação coerente do governo central, saímos da zona vermelha para a amarela. As praias e festas se encheram, o movimento das ruas se multiplicou. Contudo, o vírus não dorme. É a nova praga bíblica, agora, não mais do Egito, de proporções mundiais. 

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Do ponto de vista do nosso sistema democrático, tão rigoroso às vezes (como aconteceu com Dilma Rousseff) e outras tão leniente, algo caminha muito mal. Os fatos falam por si, alertando as mentes menos adormecidas. Numa espécie de contracorrente, artistas (categoria mal vista pelo Planalto, por sinal morrendo à mingua de recursos) se mobilizaram para fornecer cilindros de oxigênio para os amazonenses. E, felizmente, a despeito das nossas autoridades, não havíamos declarado guerra à Venezuela que, generosamente, ofereceu um carregamento de oxigênio que, pelo menos, poderá salvar algumas pessoas. A propaganda contra os nossos vizinhos tomou um susto. Nós, os grandes, os autossuficientes, os que defendemos a linha certa na política, contra a opinião dos mais sensatos, não nos encontramos em posição de recusar. 

Não há memória de uma penúria de comando como esta. A ocupação dos altos cargos pelos militares, sem excluir o Ministério da Saúde, não melhorou a competência. Comprovou-se o que já se sabia, que farda não constitui garantia de eficiência. Transmite, provavelmente, ao Presidente a sensação de que o restante da população e o Congresso não tomarão medidas contra ele. E, com efeito, pelo menos até o momento, nada se fez para garantir que não nos tome de improviso alguma nova loucura de prontidão. Despertando da longa letargia, Rodrigo Maia, na Câmara, em fim de mandato, fala em possibilidade de impeachment...; para ser levada adiante pelo seu sucessor. E cabe lembrar que a oposição entrou com um pedido, esperando que não seja engavetado.

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Dentro de dois dias, nos Estados Unidos, Joe Biden toma posse no cargo de Presidente, pondo fim ao pesadelo Donald Trump. Isso a vida tem de bom. Não há bem que sempre perdure, não há mal que não termine. Entre nós, num passado ainda recente, conhecemos, senão a bonança, pelo menos uma administração sensível à população necessitada. Substituímos a solidariedade pela frieza, o corte de benefícios sociais e uma sucessão de desatinos. Deu no que deu. No entanto, como está acabando lá em cima, pode ser que aqui também se anunciem dias melhores. 

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