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Durval Ângelo

Deputado estadual (PT-MG), líder do governo na ALMG

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Fé na rapaziada

Ao revivermos o "Estado de exceção" pós-golpe institucional, nossa juventude mostra mais uma vez sua força. Enquanto militantes "tradicionais" se dizem desesperançados, estudantes enfrentam a violência do Estado, em nome da democracia e da manutenção de direitos 

Ao revivermos o "Estado de exceção" pós-golpe institucional, nossa juventude mostra mais uma vez sua força. Enquanto militantes "tradicionais" se dizem desesperançados, estudantes enfrentam a violência do Estado, em nome da democracia e da manutenção de direitos  (Foto: Durval Ângelo)
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"É a febre da juventude que mantém o resto do mundo na temperatura normal. Quando a juventude esfria, o resto do mundo bate os dentes". A citação do escritor francês Georges Bernanos traduz o que vemos hoje nos movimentos de resistência espalhados pelo Brasil. Neste momento em que vivemos o desmonte da democracia e a desconstrução de uma era de direitos, a luta dos jovens é como uma fogueira, a nos acender a esperança de que outro mundo ainda é possível.

Essa juventude, nos momentos cruciais da história do Brasil, esteve na linha de frente da luta contra o arbítrio e por transformações sociais e políticas. Foi assim em 1964, na resistência ao golpe militar, e em 1968, nas manifestações que eclodiram pelo país após o assassinato do estudante Edson Luís, morto no Rio de Janeiro pela repressão política.

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Diga-se de passagem, a conquista da democracia sempre teve por trás o viés da juventude. Já na década de 30, na ditadura de Vargas, os movimentos estudantis mostravam sua cara, organizando-se em entidades como a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Mas foi sobretudo na ditadura militar que eles ganharam expressão, o que levou o governo a decretar a extinção da UNE, lançando a militância jovem na clandestinidade e nos porões da tortura.

Reativados no fim dos anos 70, os movimentos estudantis teriam presença marcante nas campanhas das Diretas Já e pela Assembleia Constituinte, na década de 80. Em 1992, os caras-pintadas seriam protagonistas no processo que culminou no impeachment de Collor, numa mobilização nascida nos movimentos de afirmações culturais, identitárias e por direitos específicos.

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Nas últimas décadas, à medida que se afastava de organizações políticas formais, a juventude brasileira se identificava com os movimentos sociais e populares, abraçando bandeiras diversas. Entre elas, as ambientalistas, da reforma agrária, dos atingidos por barragens e de ocupações urbanas, além de pautas afirmativas, dos movimentos LGBT, negro, feminista e culturais.

Hoje, ao revivermos o "Estado de exceção" pós-golpe institucional, nossa juventude mostra mais uma vez sua força. Enquanto militantes "tradicionais" se dizem desesperançados, estudantes enfrentam a violência do Estado, em nome da democracia e da manutenção de direitos e por uma escola pública de qualidade. Até a última segunda-feira (24), adolescentes e jovens mobilizados contra a PEC 241 e no movimento Fora, Temer ocupavam, em todo o país, mais de mil escolas e institutos federais e cerca de 80 universidades, praticamente sem qualquer cobertura da imprensa. No Paraná, o governo tucano chegou a organizar milícias fascistas para a desocupação, tratando estudantes como se marginais fossem.

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Não sabem o mal que fazem, pois, parodiando Bernanos, se nossos jovens se aquietarem, morreremos todos de frio. Felizmente, como cantava o grande Gonzaguinha, a rapaziada "segue em frente e segura o rojão... não foge da fera, e enfrenta o leão". É nessa juventude que eu ponho fé e é com ela que eu vou à luta.

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