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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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Fora todos os carrascos dos trabalhadores dos atos da esquerda!

Aprendemos das derrotas e nos organizemos para superá-las, abrindo caminho para uma saída dos trabalhadores diante da crise

João Doria e Rodrigo Maia (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
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Por Antônio Carlos, DCO

Em um momento em que a direita, de forma unificada, no governo federal, no Congresso Nacional , nos Estados e Municípios leva adiante – de forma conjunta – uma enorme ofensiva contra os trabalhadores, os partidos da esquerda pequeno-burguesa (como PSOL, PCdoB e PT) anunciaram que alguns dos partidos da direita golpista, como Cidadania, REDE, Partido Verde e Solidariedade, irão participar dos atos do dia 2 de outubro, marcados pela Frente Fora Bolsonaro.

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A iniciativa seria um primeiro passo, um abre alas, para um “alargamento” maior, com a previsão de que em uma segunda etapa, possivelmente, em 15 de novembro – os atos “unificados” também envolvam os governadores e outros políticos de alguns dos principais partidos da burguesia golpista, como o PSDB, DEM, MDB, PSD etc. Os maiores carrascos dos trabalhadores de hoje e de todos os últimos tempos.

Comemorando entusiasticamente a suposta adesão à mobilização de parte daqueles que não mobilizam ninguém (como se viu nos fracassados atos do dia 12 passado) e que são cúmplices na política de ataques aos trabalhadores, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, publicou nas suas redes sociais: “Unificou!”, “Agora é ampliar com todos que querem o impeachment!”. E ainda afirmou ser “um gesto de generosidade desses partidos acolher o dia 2 como referência para uma primeira manifestação unificada”, quando até o mais ingênuo dos militantes políticos sabe que eles estão procurando limpar a ficha suja de terem apoiado e participado do golpe de Estado e obter algum apoio para a terceira etapa do golpe, quando pretendem apoiar um “novo” candidato da direita, de confiança da burguesia imperialista e “nacional”, comprometido até a medula com a entrega da economia nacional e com mais ataques contra as condições de vida do povo brasileiro. É o caso de João Doria, o “BolsoDoria”, e dos demais pretendentes reais da direita golpista.

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Mostrando as pretensões de abrir as portas do inferno e trazer quase todos os algozes do povo para os atos, Medeiros procurou embelezar a ofensiva da direita sem apoio popular, contra os atos da esquerda que organiza e mobiliza milhões, afirmando que “queremos fazer algo ainda mais amplo, com a presença de governadores, artistas, personalidades diversas. Sem sectarismos, sem antecipar debates eleitorais, sem hostilidades”. “É preciso ampliar o leque”, escreveu seu colega de partido, Guilherme Boulos, em sua coluna na Folha de S.Paulo. 

Fica claro, que querem que as vítimas recebam de braços abertos seus algozes. Que os que tiveram seus líderes destituídos e presos, aplaudam, “sem sectarismos”, os que armaram e comemoraram suas prisões (“Lula tá preso, babaca!”, disse Ciro Gomes, um dos que agora deveríamos aplaudir). 

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Os trabalhadores e sindicalistas que viram seus sindicatos serem invadidos, duramente atacados, suas greves reprimidas, etc., agora deveriam render homenagens aos que os atacaram. 

Os empregados dos Correios, da Eletrobras, da Petrobrás etc., deveriam, quem sabe, jogar confete em quem votou a dilapidação e a privatização das empresas construídas com o seu suor e com os recursos da classe trabalhadora. 

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Os negros e suas organziações deveriam, segundo os “esquerdistas” do PSOL e do PCdoB, dar salvas de fogos para os que deram saraivadas de tiros com suas PMs e todo o aparato repressivo que na última década levou à morte mais de 50 mil trabalhadores, em sua maioria jovens e negros. 

Os professores e os estudantes deveriam receber com afagos, políticos que destruíram o ensino público, acabaram com suas aposentadorias, congelaram seus salários, como João Doria e o seu PSDB. 

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Trata-se de um brutal  golpe contra o movimento pelo Fora Bolsonaro. A Frente Fora Bolsonaro não discutiu e muito menos aprovou, de forma democrática, com o debate entre os seus milhares de militantes e sequer entre as suas direções, a participação da direita golpista nos atos da esquerda. Querem traficar a direita golpista para dentro do movimento dos trabalhadores, depois que essa mesma direita – com apoio de alguns setores da esquerda – fracassou miseravelmente nas manifestações no dia 12.

A esquerda classista, os trabalhadores, a juventude, as vítimas da direita, de Bolsonaro, Doria e todos os golpistas, devem rejeitar essa política, essa campanha orquestrada para preparar o terreno da destruição dos atos com a sabotagem conjunta da esquerda frenteamplista e da direita golpista.

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Qual o sentido de chamar para os atos organizados pela esquerda a direita golpista que não leva ninguém para a rua? Se a direita não mobiliza, e é contra as mobilizações, se são os trabalhadores que precisam lutar contra o genocídio, contra as privatizações, contra as reformas que eles promovem, por que fazer manifestação junto com eles?

Os trabalhadores não querem Doria e a direita nos seus atos. Eles querem Lula, como fica claro em todas as manifestações populares em São Paulo. E a presença da terceira via nos atos é um ataque direto também à candidatura de Lula, visando submetê-la à terceira via.

Os trabalhadores não foram consultados sobre o convite a que os partidos golpistas participem dos atos. Estão sendo traídos mais uma vez por essas direções da esquerda pequeno-burguesa.

Nenhum partido ou organização da direita é bem-vindo nos atos dos trabalhadores. É preciso repudiar sua presença e agir contra a política de que tomem para si as manifestações a fim de impedir que lutem pelas reivindicações dos explorados transformando-as em comícios eleitorais da “terceira via”.

Isso já aconteceu no passado, como na campanha das Diretas Já! e no Fora Collor!, quando eles dominaram e derrotaram as mobilizações, as colocaram a serviço de sua política e quem pagou foi o povo.

Aprendamos com as derrotas e nos organizemos para superá-las, abrindo caminho para uma saída dos trabalhadores diante da crise.

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