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Pedro Maciel

Advogado, sócio da Maciel Neto Advocacia, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007

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Fratelli Tuttie e o racismo estrutural

As diferenças e a nossa formação, estruturalmente racista, machista, misógina e homofóbia, exige de cada um de nós um grande esforço para reconhecer, compreender e superar esses valores negativos que estruturam a sociedade; e além de reconhecer, compreender e superar, temos que repeitar as diferenças de língua, cultura e religião

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“O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros vis-à-vis o resto da população”. 

Volto ao tema racismo estrutural em razão do assassinato de João Alberto, Beto para seus amigos, no Rio Grande do Sul e compartilho outros dados que devem indignar todas as pessoas, pois, o que ocorreu no sul é triste exemplo de racismo e acontece em todo país.

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No Brasil todo o negro é vitima de violência e racismo, em Alagoas, os homicídios reduziram em quatro anos a expectativa de vida de homens negrose entre não negros, a perda é de apenas três meses e meio. 

O citado estado apresentou o pior resultado entre todas as Unidades da Federação, de acordo com um estudo divulgado pelo IPEA. Numa Nota Técnica denominada “Vidas Perdidas e Racismo no Brasil” calculou-se, para cada estado do país, os impactos de mortes violentas (acidentes de trânsito, homicídio, suicídio, dentre outros) na expectativa de vida de negro e não negros, com base no Sistema de informações sobre Mortalidade e no Censo Demográfico do IBGE de 2010 e concluiu que “Enquanto a simples contagem da taxa de mortos por ações violentas não leva em conta o momento em que se deu a vitimização, a perda de expectativa de vida é tanto maior quanto mais jovem for a vítima. Em segundo lugar, a expectativa de vida ao nascer é um dos principais indicadores associados ao desenvolvimento socioeconômico dos países”, não podemos ignorar essa realidade.

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O estudo analisou ainda em que medida as diferenças nos índices de mortes violentas, podem estar relacionadas a disparidades econômicas, demográficas, e ao racismo. De acordo com o estudo, “o componente de racismo não pode ser rejeitado para explicar o diferencial de vitimização por homicídios entre homens negros e não negros no país”.

Considerando apenas o universo dos indivíduos que sofreram morte violenta no país entre 1996 e 2010, constatou-se que, para além das características socioeconômicas – como escolaridade, gênero, idade e estado civil –, a cor da pele da vítima, quando preta ou parda, faz aumentar a probabilidade do mesmo ter sofrido homicídio em cerca de oito pontos percentuais e novamente, Alagoas é o local onde a diferença entre negros e não negros é mais acentuada – a taxa de homicídio para população negra atingiu, em 2010, 80 a cada 100 mil indivíduos. No estado, morrem assassinados 17,4 negros para cada vítima de outra cor. O Espírito Santo e Paraíba também são destaques negativos no ranking elaborado pelo IPEA, com, respectivamente, 65 e 60 homicídios de negros a cada 100 mil habitantes; no Espírito Santo os assassinatos diminuem a expectativa de vida dos homens negros em 2,97 anos; na Paraíba, em 2,81 anos.

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Essa é a verdade.

O que fazer? Bem, na encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco nos convida a viver como São Francisco, que nos esforcemos a mostrar o nosso coração sem fronteiras, capaz de superar as distâncias de proveniência, nacionalidade, cor ou religião. As diferenças e a nossa formação, estruturalmente racista, machista, misógina e homofóbia, exige de cada um de nós um grande esforço para reconhecer, compreender e superar esses valores negativos que estruturam a sociedade; e além de reconhecer, compreender e superar, temos que repeitar as diferenças de língua, cultura e religião. Para o Papa Francisco, o mundo precisa de uma grande revolução de afeto, de demonstrações genuinas de amor pelos nossos irmãos, temos também de evitar toda a forma de agressão ou contenda e também viver uma submissão humilde e fraterna, mesmo com quem não compartilhe a nossa fé, ideologia, etinia, cultura, etc.

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 Essas são as reflexões.

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