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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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Freixo, Felipe e as autocríticas

Sejamos acolhedores aos que invocam a autocrítica como caminho para vencer objetivos comuns de defesa das Liberdades e da Democracia. Todos unidos contra o fascismo.

(Foto: Agência Câmara)
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Não raras foram as vezes em que a Esquerda, notadamente aquela porção que conduziu a governança do país entre 2003 e 2016, foi instada por terceiros a realizar uma autocrítica – quase sinônima de autoflagelação ou indulgência – sobre sua passagem pelas esferas de poder e institucionalidade.

Convenhamos que soa estranho exigir a autocrítica alheia, afinal “auto” define algo próprio de si, voluntário, intransferível e consciencioso. Ainda que alguns apelos fossem sinceros e dramáticos, haviam aqueles eivados na má intenção e na hipocrisia. Whatever.

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Entretanto, quem refuta a indicação ao autoexame por razões que dispensam maiores comentários, costuma cobrar a remissão dos que de modo vário teriam contribuído para a reviravolta política de caráter retrógrado, antidemocrático e golpista no qual o Brasil ingressou a partir do criminoso afastamento da Presidenta Dilma Rousseff e que teve lances tão ou mais indignos com a prisão arbitrária de Lula e o favorecimento da candidatura de Jair Bolsonaro na corrida presidencial.

Há críticas severas ao setor identificado como “oposição de Esquerda”, recorrentemente acusado de “quinta coluna” e “linha auxiliar do golpe”, e num nível infinitamente maior aos partidos e personalidades cujo discurso e postura se localizaram à Direita. Parcela expressiva do dito “esquerdismo” se reabilitou quando da defesa do voto em Haddad e também na atuação unitária em diversas batalhas atuais. O “outro lado”, composto por lideranças e sujeitos que apoiaram os movimentos de desestabilização e ruptura e alimentaram conceituações e imaginários raivosos e odientos, hoje também apresenta defecções e deslocamentos. São tênues, tímidos e nem sempre inspiram confiança ou firmeza, mas sinalizam para uma mudança de condutas e perspectivas.

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Cabe aqui destacar duas situações episódicas. O anúncio do Deputado Federal pelo PSOL, Marcelo Freixo, de sua candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro e a surpreendente atitude política do comunicador social Felipe Neto, convertido a ferrenho opositor aos descalabros emanados desde o Governo Bolsonaro e replicados na vida social dos brasileiros.

Por óbvio, cada caso guarda suas particularidades e vicissitudes, mas não deixam de serem sintomáticos de uma realidade que se abre. A questão que salta aos olhos é: como a Esquerda – desde as direções até a base – tem se comportado frente a isso?

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Em relação à Freixo, as rusgas e mágoas parecem menores, haja visto que o mesmo é oriundo de uma mesma segmentação ideológica, apesar do histórico oposicionista combativo à experiência democrático-popular dos governos Lula e Dilma. Mas não lhe faltam objeções vindas daqueles que imputam a sua atuação culpa ou responsabilidade pelo que estamos vivendo na atualidade.

Quanto a Felipe Neto, o buraco é mais embaixo. Não desaprovo por inteiro os argumentos de que o jovem empresário ancorou sua popularidade no antipetismo ou colaborou para a Direita tivesse êxito em sua campanha golpista, porém o fato é que o sujeito - aqui e agora - se declarou contra o estado de coisas a que chegamos, reconheceu que errou (e por que errou), chamou o impeachment pelo nome e reclamou pela união de todos para dar fim ao bolsonarismo antes que seja tarde.

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Longe de incensar um e outro, tampouco compará-los por equivalentes, existem elementos suficientes para capturar a essência da discussão: a emergência – no duplo sentido da palavra – de forjar uma ferramenta que tenha envergadura, potência e alcance muito maior do que os recursos que dispomos hoje para travar as lutas. Num quadro de retrocesso, defensiva, isolamento, reacionarismo, escalada fascista e resistência ainda débil compete fazer uma avaliação lúcida e crua: melhor conosco ou com eles? Em se falando de Política não custa recordar que um mais um nunca somam dois, sempre o produto é maior. Sejamos acolhedores aos que invocam a autocrítica como caminho para vencer objetivos comuns de defesa das Liberdades e da Democracia. Todos unidos contra o fascismo.

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