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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Garantir maioria parlamentar para segurar Lula: missão de Nogueira

Diante da preferência eleitoral popular por Lula, Bolsonaro entrega os anéis, para não perder os dedos, na esperança de o Centrão continuar no poder,

Ciro Nogueira (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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A mexida ministerial feita pelo presidente Bolsonaro de esvaziar o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, e fortalecer o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, expoente do Centrão, que dá as cartas no governo, visa, naturalmente, garantir, nas eleições presidenciais, maioria conservadora, no Congresso, pois ela sabe que Lula, conforme denotam as pesquisas eleitorais, está, praticamente, eleito, se as eleições fossem hoje; Lula é pule de dez para levar o caneco, mas a burguesia financeira, que banca posições conservadoras, no Legislativo, usando o Centrão, do qual Ciro Nogueira e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL), são os principais representantes, faz questão de controlá-lo, para impedir avanço petista com programa desenvolvimentista; se isso ocorresse, seria, naturalmente, o fim do programa neoliberal, que garante os interesses do mercado financeiro, por meio do teto de gastos.

FIM PRÓXIMO DA PEC 95

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Lula, se  eleito com maioria parlamentar, removeria emenda constitucional 95(teto de gastos), aprovada pelos golpistas de 2016 que derrubaram Dilma Rousseff; com o teto de gastos, o mercado financeiro, com poder para controlar o Centrão, porta-voz dos interesses da banca, continuariam mandando no orçamento geral da União por 20 anos, de 2016 a 2036; inviabilizara o projeto lulista de colocar o pé dos mais pobres dentro do orçamento, gastando mais no social do que no meramente financeiro, inviabilizano crescimento econômico sustentável; é o que acontece, nesse momento, em que o PIB não cresce há quase cinco anos; afinal, com a emenda 95, praticamente, metade do orçamento é destinada aos gastos financeiros – pagamento de juros e amortizações da  dívida pública; a outra metade é reservada ao atendimento da miríade de despesas não-financeiras, de modo que o cobertor se torna permanentemente curto para atender as demandas sociais e os investimentos públicos sem os quais não há crescimento sustentável. 

PREÇO ALTO

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Para manter esse status quo neoliberal, o Centrão cobrou seu preço: orçamento de R$ 16,5 bilhões para fundo eleitoral secreto, controlado por ele, capaz de comprar maioria parlamentar nas eleições; dessa forma, o projeto neoliberal, na fase pós fascista bolsonarista, tentará, com Lula, supostamente, vencedor das eleições, dar as cartas no Congresso, como vem fazendo há vários governos, no modelo político presidencialista; será nessa hora que o Centrão tentará ou não o semipresidencialismo para esvaziar o presidencialismo lulista, cotado para faturar eleitoralmente em 2022?; não é à toa que os petistas se organizam em frente para, com Lula presidente, ampliar sua bancada, ao lado de aliados de centro-esquerda; caso contrário, terão que negociar, em desvantagem, com a bancada conservadora que vem impondo, com Bolsonaro, a pauta que interessa aos credores da dívida pública, já perto de alcançar, nessa altura do campeonato, 100% do PIB.

GUEDES GOLPEADO PELO CENTRÃO

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O país, com a pauta neoliberal de Paulo Guedes, virou escravo da financeirização imposta pela Faria Lima; com o orçamento eleitoral secreto de R$ 16,5 bilhões, o Centrão acabou dando o golpe em Paulo Guedes; forçou transferência do poder político sobre as verbas orçamentárias para o Ministério da Casa Civil, para as mãos do ministro Nogueira, pois, afinal, a Fazenda, monitorada pela banca, resiste em liberar o dinheiro secreto empossado, tornando-o, relativamente, escasso para a base política bolsonarista gastar em compra de votos; com escassez de oferta de dinheiro para comprar votos, como fazer maioria congressual?

LULA, CAUSA REAL DA QUEDA DE GUEDES

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As mexidas no orçamento, que fortalecem o Centrão, carrasco de Guedes, nessa hora fatal das decisões para distribuir o dinheiro aos aliados, não teriam sido apressadas, nas últimas semanas, se não ocorresse a disparada eleitoral de Lula nas pesquisas; nesse momento, caminhando para alcançar entre 45% e 50% na preferência popular, o que lhe asseguraria vitória no primeiro turno, Lula virou fantasma no Planalto; apavorado, Bolsonaro detonou o fiscalista Guedes; tornou-se necessário e inadiável  substitui-lo pelo gastador Ciro Nogueira, sem o que os aliados bolsonaristas, temerosos de derrota em meio à maré alta do desemprego e da fome, tenderiam a migrar para Lula.

VÃO-SE OS ANEIS...

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O fato é que, diante da preferência eleitoral popular por Lula, Bolsonaro entrega os anéis, para não perder os dedos, na esperança de o Centrão continuar no poder, graças ao mecanismo político burguês histórico brasileiro: comprando votos; na prática, a burguesia, com a mexida no time de Bolsonaro, tirando Guedes e escalando Ciro, já não visa a vitória do presidente, por eventual terceira via, mas, tão somente, maioria no parlamento, para segurar o desenvolvimentismo antineoliberal que Lula, já cacifado para o Executivo, imprimiria, a partir de 2023; se, além de ganhar o Executivo, a esquerda, em frente ampla, faturar o Legislativo, aí, sim, estaria aberto tempo de aceleração política mudancista; mas, essa expectativa, por enquanto, é, apenas, uma incógnita.

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