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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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Geddel é um gato morto que deve ser ressuscitado

Não gosto de chutar gato morto. Para todos os efeitos, dado o caráter absolutamente indefensável de seu crime de acumulação de dinheiro ilegítimo, Geddel Vieira Lima é um gato morto, à espera apenas da sentença. Sua sobrevida só pode ocorrer numa circunstância: ressuscitar-se mediante uma delação premiada de seus comparsas, entre os quais não surpreenderia a presença de Michel Temer

Geddel Michel Temer (Foto: Jose Carlos de Assis)
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Não gosto de chutar gato morto. Para todos os efeitos, dado o caráter absolutamente indefensável de seu crime de acumulação de dinheiro ilegítimo, Geddel Vieira Lima é um gato morto, à espera apenas da sentença. Sua sobrevida só pode ocorrer numa circunstância: ressuscitar-se mediante uma delação premiada de seus comparsas, entre os quais não surpreenderia a presença de Michel Temer. Entretanto, no mundo da Lava Jato e de suas congêneres, delação premiada não segue um curso linear. Às vezes tem sido forçada mediante tortura psicológica, porém de uma forma cuidadosa, debaixo dos panos.

É que, dado o exemplo de Antônio Palocci, não basta fazer delação premiada, com ou sem tortura. É preciso que a delação pareça espontânea. Do contrário, um bom advogado pode derrubá-la em juízo sob a alegação bastante provável de que ela resultou de tortura psicológica não baseada em provas. Como o juiz Moro e seus promotores de Curitiba é gente altamente inteligente, provavelmente combinaram com Palocci que não lhe daria o prêmio pela delação agora, mas em momento insuspeito do futuro, eventualmente após condenação definitiva de Lula. 

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Tudo isso leva a crer que está sendo criada em Curitiba e adjacências uma nova área de direito, a delatologia, pela qual a ciência jurídica terá de dar conta do sistema de delação em curso no Brasil como prova válida nos tribunais. Isso implicaria também a patacoada dos irmãos Batista, que fizeram a proeza de delatar um fato – o comportamento de Temer por obstrução de Justiça na relação entre ele e Eduardo Cunha – antes de que acontecesse. Todos sabem que isso é verdade, mas a prova levantada por Joesley é aparentemente fraca.

Enquanto a população é distraída por essas marchas e contramarchas dos inquéritos na Polícia Federal e na Procuradoria da República, os impolutos investigadores dessas instituições fingem que simplesmente desapareceu sem deixar pista a mala apreendida em frente da televisão de 500 mil reais em dinheiro vivo, dez vezes menos que a fortuna de Geddel, mas assim mesmo nada insignificante. Não seria surpreendente se todas as malas se encontrassem na Bahia para ajudar Temer a montar o caixa das eleições de 2018, fundamentais para que ele escape de um processo comum por corrupção, conforme já sinalizado para o fim de seu mandato.

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A propósito, a massificação das notícias relativas a corrupção, malas de dinheiro, desvio de recursos públicos, lavagem estão produzindo na opinião pública o efeito inverso ao de uma justificada indignação. Muitos estão ficando indiferentes aos fatos. Este, aliás, é o principal risco de impunidade que existe no país. A banalização do roubo de dinheiro público leva muita gente a banalizar a política e descrer da honestidade de todos os homens públicos, o que tem conseqüências perversas para a própria possibilidade de regeneração das instituições republicanas, só possível pela própria política. 

 

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