CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Wadih Damous avatar

Wadih Damous

Presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro

74 artigos

blog

Generais tramam golpe nas barbas de um presidente desmoralizado

"A Constituição é clara: o presidente da República é o comandante supremo das forças armadas. E no seu artigo 142 o texto constitucional só admite a atuação dos militares na garantia da lei e da ordem por iniciativa dos poderes constitucionais; jamais por conta própria. A ordem jurídica também veda a opinião de caráter político por parte de oficiais da ativa", diz o deputado Wadih Damous (PT-RJ), para quem Michel Temer não reagiu por estar absolutamente desmoralizado; "O risco às instituições democráticas é real. Não se trata de enxergar fantasmas onde eles não existem, nem de dar aso a análises catastróficas. O perigo é de carne e osso e veste verde oliva. Fascistas e golpistas não passarão"

"A Constituição é clara: o presidente da República é o comandante supremo das forças armadas. E no seu artigo 142 o texto constitucional só admite a atuação dos militares na garantia da lei e da ordem por iniciativa dos poderes constitucionais; jamais por conta própria. A ordem jurídica também veda a opinião de caráter político por parte de oficiais da ativa", diz o deputado Wadih Damous (PT-RJ), para quem Michel Temer não reagiu por estar absolutamente desmoralizado; "O risco às instituições democráticas é real. Não se trata de enxergar fantasmas onde eles não existem, nem de dar aso a análises catastróficas. O perigo é de carne e osso e veste verde oliva. Fascistas e golpistas não passarão" (Foto: Wadih Damous)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

A Constituição é clara: o presidente da República é o comandante supremo das forças armadas. E no seu artigo 142 o texto constitucional só admite a atuação dos militares na garantia da lei e da ordem por iniciativa dos poderes constitucionais; jamais por conta própria. A ordem jurídica também veda a opinião de caráter político por parte de oficiais da ativa.

No entanto, em menos de 48 horas, três generais – dois deles pertencentes ao alto comando do Exército, aí incluído o comandante, e um da reserva, mas visto como uma forte liderança por seus pares desde que comandou a primeira força de paz do Brasil no Haiti – fizeram letra morta desse marco legal ao defenderem a intervenção militar, para impedir a “instalação do caos.”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em qualquer país de democracia avançada, insubordinações e desafios à ordem constitucional, como os protagonizados pelos generais brasileiros, seriam imediatamente coibidos com o afastamento das funções, como no caso do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, e outras punições previstas em lei ou no regulamento disciplinar do Exército.

No Brasil pós-golpe, no entanto, o ministro da Defesa, também superior hierárquico dos generais, se limita a fazer uma tímida e envergonhada declaração sobre o assunto, enquanto o presidente – talvez acuado por saber de sua rala autoridade, uma vez que é produto de um golpe de estado- se omite completamente.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Tivesse Temer reagido à altura ao discurso do general Antônio Hamilton Mourão, que deu origem às demais falas de caráter golpista vindas da caserna, a anarquia poderia morrer no nascedouro.

Na base de Temer na Câmara dos Deputados e no Senado prevalece um silêncio preocupante em relação às escaramuças antidemocráticas a que o Brasil assiste.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mesmo o campo democrático e de esquerda parece ainda não ter se dado conta do tamanho e da ferocidade do monstro que se vislumbra no horizonte.

A presidente nacional do PT é uma das exceções. Merece aplausos a nota emitida pela senadora Gleisi Hoffmann conclamando os democratas a cerrarem fileiras ante à ameaça dos militares de alta patente.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Vale recuar no tempo para lembrar que o golpe de 1964 foi precedido por falas polêmicas e desencontradas de chefes militares, alguns em defesa da legalidade, outros dando corda de forma sútil ou explícita à conspirata então em curso.

E não tenhamos dúvidas de que o alvo principal dos que hoje tramam a liquidação do regime democrático são as forças de oposição, os movimentos sociais, a mídia contra-hegemônica e a luta popular por direitos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Circula na internet uma palestra de um dos insubordinados, o general Mourão, de sobrenome de triste memória, destilando intolerância contra a esquerda, a partir de considerações extremamente ignorantes e preconceituosas sobre o Fórum de São Paulo, uma articulação entre partidos e movimentos de esquerda da América Latina, fundado em 1999, na capital paulista.

A esquerda é citada ainda pelo general Augusto Heleno, quando saiu em defesa de Mourão : “ A esquerda, em estado de pânico depois de seus continuados fracassos viu nisso [nas declarações de Mourão] uma ameaça de intervenção militar. Ridículo.”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O risco às instituições democráticas é real. Não se trata de enxergar fantasmas onde eles não existem, nem de dar aso a análises catastróficas. O perigo é de carne e osso e veste verde oliva. Fascistas e golpistas não passarão.

Wadih Damous – deputado federal e ex-presidente da OAB/RJ

Este artigo foi originalmente publicado no Viomundo

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO