General amarelou
"Tal como numa partida de futebol, no Exército, quando a disciplina sai de campo, entra o vale tudo. Esse é o risco da falta de pulso firme do comandante", alerta o jornalista Alex Solnik ao falar sobre o general Paulo Sérgio
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Por Alex Solnik
Mesmo com apoio da maioria do Alto Comando, da imprensa e da opinião pública, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio atravessou o Rubicão.
Alinhou suas tropas às de Bolsonaro.
A maioria dos 15 generais de quatro estrelas do Alto Comando do Exército advogava uma punição a Pazuello, ainda que leve.
Ninguém imaginava que seria expulso da força ou preso. Mas podia levar cartão amarelo, ao menos. Uma advertência.
A imprensa, da esquerda à direita, encorajava o general a manter controle sobre a tropa. Puna, general, era a voz unânime.
Mas o comandante, pressionado pessoalmente por Bolsonaro, amarelou. Não foi falta, decidiu; muito menos para cartão. Engoliu o sapo.
Tal como numa partida de futebol, no Exército, quando a disciplina sai de campo, entra o vale tudo. Esse é o risco da falta de pulso firme do comandante.
Bolsonaro conseguiu romper a linha que separava o Exército da política. Rompeu a porteira.
Vai continuar em campanha levando Pazuello a tiracolo, como mascote, já que esses passeios inspirados em Mussolini não são mais considerados atos políticos pelo comandante do Exército.
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