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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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Genocida ou genocidas?

E o Congresso Nacional, o que fez no decorrer desse tempo todo de pandemia? Assistiu o desenrolar dessa tragédia e mortes. Rodrigo Maia quando estava na presidência da Câmara dos Deputados não pautou sequer um dos mais de sessenta pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Arthur Lira segue na mesma linha, sentou em cima destes pedidos

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Nunca a palavra genocida foi tão utilizada no Brasil como no contexto da pandemia. São várias as pessoas, conhecidas ou anônimas, que a verbalizam em discursos nos meios de comunicação, na academia ou nas redes sociais. É uma palavra forte geralmente designada para imputar a alguém a intenção de promover destruição e mortes de grupos humanos.

Desde o início da circulação do novo coronavírus no Brasil, há aproximadamente um ano, as autoridades brasileiras, especialmente a Presidência da República, o Ministério da Saúde e o Congresso Nacional, deveriam ter adotado todos os protocolos científicos bem como as ações políticas e econômicas necessárias para assegurar o distanciamento social (com as respectivas medidas de proteção – uso de máscaras, álcool em gel, etc. – no caso de atividades essenciais), o isolamento social, o auxílio emergencial, a manutenção dos empregos e a aquisição de vacinas.

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Entretanto, o que se viu foi uma série de ações intencionais contra as medidas necessárias para combater o vírus mortal. Jair Bolsonaro, de maneira proposital agiu contra o uso de máscaras, promoveu inúmeras vezes (em Goiás, São Paulo, Ceará e outros estados que visitou) aglomerações, desdenhou em rede nacional do coronavírus, dizendo que se tratava de uma “gripezinha”, investiu contra o isolamento social (as medidas restritivas impostas em âmbito estadual ou municipal) e a compra de vacinas, quando estas foram oferecidas em agosto de 2020 (especialmente a vacina da Pfizer). Sem falar dos ataques a vacina do Instituto Butantan. 

Para o Ministério da Saúde contou com personagens que foram indicados para a pasta com a finalidade de executar as suas políticas a favor do vírus, pois tinham que defender e propagar a Cloroquina e/ou Hidroxicloriquina, carro chefe do falso “tratamento precoce” (Azitromicina e Ivermectina), contestar o isolamento social e negar a vacina. Alguns ministros da saúde, como Luiz Mandetta e Nelson Teich, por não seguirem a risca os parâmetros de Bolsonaro, não ficaram na pasta. Mas Eduardo Pazuello sim, de ministro interino passou a titular do Ministério e, como solicitado pelo seu chefe, seguiu a risca a sua política mortal. Resultado: quase 300 mil mortos e o vírus fora de controle, com o surgimento de cepas mais perigosas e mortais. 

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E o Congresso Nacional, o que fez no decorrer desse tempo todo de pandemia? Assistiu o desenrolar dessa tragédia e mortes. Rodrigo Maia quando estava na presidência da Câmara dos Deputados não pautou sequer um dos mais de sessenta pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Arthur Lira segue na mesma linha, sentou em cima destes pedidos. Já o presidente do Senado, assim como Davi Alcolumbre, segue uma política paliativa na casa, permitindo a continuação da situação difícil pela qual o Brasil está passando. Nem coordenação nacional para enfrentar a pandemia, nem manutenção dos empregos, nem auxílio emergencial digno, nem lockdown nacional...

Jair Bolsonaro segue com as suas ações no Planalto e no Ministério da Saúde, agora com a indicação do Marcelo Queiroga que, segundo Eduardo Pazuello, “reza na mesma cartilha presidencial”. O Brasil segue então com o coronavírus (e suas cepas) fora de controle, e com o ritmo acelerado de contaminações e mortes.

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Se as ações políticas foram no sentido de não adotar as medidas fundamentais e necessárias para combater o vírus, então a intenção foi de espalhá-lo, causando contaminações, caos e mortes. E para este tipo de ação o termo genocida se aplica. Porém, o mais correto é genocidas, pois Jair Bolsonaro não agiu no seu fito sozinho, contou com o apoio do Ministério da Saúde, especialmente quando Pazuello lá estava com seus militares auxiliando-o, e com o Congresso Nacional (e há outros personagens e instituições da República que aqui não foram mencionados, mas que vergonhosamente sustentam/apoiam esse governo). 

Temos que trocar genocida por genocidas. 

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