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Juca Simonard

Jornalista, tradutor e professor de francês. Trabalhou como redator e editor do Diário Causa Operária entre 2018 e 2019. Auxiliar na edição de revistas, panfletos e jornais impressos do PCO, e também do jornal A Luta Contra o Golpe (tabloide unificado dos comitês pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro).

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Genocídio da Covid-19 é culpa de todos os golpistas

A política neoliberal, o imperialismo e os golpistas brasileiros preferem salvar os bancos e as empresas do que o povo. As organizações dos trabalhadores precisam se mobilizar

Jair Bolsonaro e João Doria (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Juca Simonard

Chegando a 6,5 milhões de infectados e 180 mil morte por Covid-19, segundo os dados oficiais inverosímeis, o Brasil consegue ser o segundo pior país no enfrentamento à Covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que apesar de ser o país mais rico do mundo, deixou sua população morrer como barata.

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Neoliberalismo, o grande assassino

A hecatombe sanitária no Brasil era previsível já no início da pandemia. O país passa por um processo de destruição total desde o golpe de 2016, que continua em andamento. A política neoliberal é a grande culpada pelos números desastrosos no Brasil. 

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Nos últimos anos, os ataques à Saúde pública foram incessantes. Junto a isso, o aumento da fome, o empobrecimento do povo, o aumento do custo de vida, a retirada de direitos trabalhistas e assim por diante. 

Já na pandemia, a direita golpista não permitiu mais do que R$ 600 reais para sustentar a grande massa afetada pela crise econômica estimulada pela pandemia. Uma esmola que foi comemorada pela esquerda como grande vitória, uma vez que esta aprofundou sua política de adaptação à política dos golpistas e que o governo Bolsonaro havia proposto apenas R$ 200, um cuspe na cara do trabalhador.

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A política de cortar os gastos com políticas sociais e de atacar os direitos da população, que está desempregada e passando fome, é a grande culpada pelo genocídio que ocorre no Brasil. Na saúde, não há estrutura para aguentar a pandemia, e na economia faltam recursos para que o povo possa se sustentar sem sujeitar a ser infectado pelo vírus, precisando escolher se morre de doença ou de fome. Enquanto isso, a preocupação dos governos é salvar as empresas e os bancos.

O desastre Bolsonaro

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Todos sabem que a política do governo ilegítimo de Bolsonaro é totalmente horrorosa. O fascista busca negar a gravidade da doença para favorecer os interesses de empresários que querem continuar lucrando com o funcionamento normal da economia.

Do ponto de vista da vacina, o governo tem procurado favorecer os imunizantes de países imperialistas enquanto sabota os que são fabricados por países como China e Rússia. Bolsonaro chegou a comemorar a suspensão temporária pela Anvisa, controlada atualmente por um militar, da CoronaVac (vacina chinesa), produzida pelo Instituto Butantan.

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Enquanto alguns países iniciarão a vacinação em algumas semanas, o Brasil só deve começar em março do ano que vem. O Ministério da Saúde do governo, centro de uma gigantesca crise durante a pandemia, criou um “plano” de vacinação em que nada está planejado e apenas se projeta uma campanha em quatro fases e um contingente de 109,5 milhões de brasileiros imunizados em duas doses - sem elaborar como isso será feito.

Isso sem falar em outras coisas, como o estoque de quase 7 milhões de testes do novo coronavírus encalhados, que dão prejuízo de R$ 290 milhões aos cofres brasileiros; como o fato de Bolsonaro ter destinado mais de R$ 1 trilhão para bancos no início da pandemia, enquanto o governo mal queria destinar um fundo miserável para ajudar a população; como o governo ter buscado fragilizar as leis trabalhistas para facilitar as demissões e salvar os empresários; e assim por diante.

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Doria e outros golpistas também são genocidas

Que Bolsonaro é um desastre é unanimidade nacional. O pior é que a esquerda, adentrando na política da frente ampla, elogia figuras das mais reacionárias da política nacional, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que além de demagogia política, não fez absolutamente nada para enfrentar a pandemia.

Na realidade, o que se viu recentemente é que Doria, na realidade, omitiu informações sobre o novo surto da doença no país durante o período eleitoral para não prejudicar o candidato de seu partido para prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

Mas não se resume a isso. Doria e todos os governadores criaram pouquíssimos hospitais de campanha, cuja boa parte já foram fechados, não realizam testagem em massa para detectar o vírus, deixam a população pobre à própria sorte, etc. Não há campanha para enfrentar o novo coronavírus. Inicialmente, houve apenas algumas indicações para o povo “ficar em casa”, mesmo sem ter condições para isso. Agora, nem mais isso.

Em meados de novembro, o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse ao UOL que a prefeitura da capital paulista não planeja reabrir os hospitais de campanha mesmo com um aumento no número de casos e internações por Covid-19.

Os governadores criticam Bolsonaro por não defender o isolamento social, mas a própria quarentena realizada por eles nunca foi efetivamente feita, pois não buscam auxiliar o povo para isso. É simplesmente demagogia política para serem aplaudidos pelos incautos. Sem falar que essa fase da política nacional já passou... Agora, estamos no capítulo em que, pressionados pelos bancos que já não aguentam mais a crise, os governadores assumem a mesma política de Bolsonaro na prática: abre tudo.

Passaram da política do “fique em casa” para “saia de casa e estimule a economia… mas use máscara e álcool em gel”. E ainda tem gente que acha que isso é suficiente e culpa o povo (!) pelo genocídio promovido pela direita.

Subnotificação e a hecatombe sanitária

Dos municípios ao governo federal, os golpistas promovem um verdadeiro genocídio, como fica expresso pelos números de infectados e mortos no país. Países muito mais pobres do que o Brasil, como Vietnã, Cuba e Venezuela, deram de 10 a 0 no enfrentamento à doença. A Índia, mais populosa, tem mais infectados que o Brasil, mas menos óbitos, revelando o desastre promovido por Bolsonaro e os golpistas.

Além disso, sem testes e com números de morte acima das médias anuais anteriores (retirando-se já os mortos oficiais da Covid-19), fica claro que os números no Brasil são bem maiores dos que são divulgados. De onde surgem essas mortes? Uma grande parte é do próprio vírus e não aparece diante da subnotificação; a outra ocorre por doenças diversas pela falta de estrutura nos hospitais brasileiros, que não dão conta nem do número gigantesco de infectados pelo novo coronavírus.

Esse excesso de mortes também é visto ao redor do mundo, pois a política dos capitalistas é a mesma: esconder a pandemia para salvar as empresas.

Do ponto de vista mundial, a China, onde surgiu a pandemia e o governo foi pego de surpresa, se deu melhor do que todos os países imperialistas, que já sabiam da doença, mas optaram pela política neoliberal, deixando o povo morrer para conter gastos (que foram para salvar empresas). A China, de fato, construiu hospitais, testou a população e conteve o vírus. No resto do mundo, apenas demagogia, com destaque ao desastre promovido pelos EUA, que vivem um processo de ebulição social.

A frente ampla escolhe seu genocida de estimação

A esquerda pequeno-burguesa, entretanto, se transformou em papagaio da imprensa golpista. Teceu elogios aos governadores e a líderes imperialistas, como Emmanuel Macron, que são responsáveis por milhares de mortes. É a reprodução da política do “menos pior” na pandemia. Da mesma forma que essa esquerda apoiou Paes contra Crivella nas eleições, na pandemia apoia Doria contra Bolsonaro, Macron contra Trump e assim por diante.

Vale destacar, inclusive, a política criminosa de organizações operárias, que cederam suas sedes para os golpistas e ainda desmobilizam o povo no momento em que este está sendo deixado de lado na maior crise do século. 

Seguindo a corja golpista, sindicatos e parlamentares esquerdistas criticaram e atacaram os setores que defendem a mobilização popular e uma conferência de todas as organizações de luta dos trabalhadores para discutir como enfrentar a pandemia e atuar em cima disso.

Agora, com os governadores abrindo tudo e a explosão social que ocorre no mundo inteiro, com protestos em todos os continentes, essa política já não é mais viável. Inclusive, as mesmas pessoas que eram a favor do “fique em casa” foram às ruas se autopromover para as eleições de 2020. Hipocrisia e cinismo dos oportunistas. Mesmo assim, os elogios aos genocidas do PSDB, DEM e companhia continuam.

Nada foi feito!

Verdade seja dita: absolutamente nada foi feito pelos golpistas para conter a pandemia. Foi a demagogia de uns contra a demagogia de outros, o oportunismo de uns contra o oportunismo de outros... A esquerda que deveria ter mobilizado e se organizado para conter o genocídio (econômico e sanitário), nada fez também. 

É preciso trabalhar mil vezes mais e elaborar um programa de lutas e reivindicações para impedir a continuação da tragédia. É fundamental a formação de Conselhos Populares de Saúde nos bairros mais atingidos para fiscalizar e denunciar a política genocida - e ainda promover uma campanha de solidariedade nos locais, organizando o povo para adquirir produtos básicos, como máscaras, sabão, álcool e outros produtos, reivindicar postos para realizar testes massivos e assim por diante. Para isso, os sindicatos são fundamentais.

Ao contrário, o que se viu foi que a esquerda ficou totalmente sem política, deixando a burguesia aproveitar a pandemia para retirar direitos (como clínicas de aborto legal fechadas, flexibilização dos direitos trabalhistas, etc.) e impor um estado de excessão, através de lockdowns e toques de recolher, que são responsáveis por uma parcela considerável da repressão policial neste período.

O povo está sendo deixado a morrer e isso reforça a necessidade da campanha para derrotar o golpe: 

Fora Bolsonaro e todos os golpistas, nada de frente ampla com os genocidas!

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