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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Golpe, intrigas e cerveja

"Confesso que até agora não entendi porque o general Fernando Azevedo e Silva deixou o ministério da Defesa no dia 29 de março. Nem se saiu ou foi saído", escreve o jornalista Alex Solnik, que acrescenta: "Tal como Chacrinha, Bolsonaro veio para confundir. Mas ninguém consegue confundir tantas vezes, tanta gente, por tanto tempo"

Ministério da Defesa disse que o golpe de 1964 foi um "marco" para a democracia brasileira (Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil)
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Confesso que até agora não entendi porque o general Fernando Azevedo e Silva deixou o ministério da Defesa no dia 29 de março. Nem se saiu ou foi saído.

Na primeira versão disseminada ele teria pedido demissão ao se recusar a fazer alguma coisa que o presidente da República propusera.

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Seu comunicado assustou muita gente:

“Sempre preservei as Forças Armadas como instituições de estado”.

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Deu a entender que Bolsonaro queria que as Forças Armadas virassem instituições de seu governo, “meu exército”, nas suas palavras e ele não topou.

Ainda segundo essa versão, o general teria ido à guilhotina para tirar dela a cabeça do general Edson Pujol, comandante do Exército, a quem, na realidade, Bolsonaro queria atingir.

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Ou a do general Paulo Sérgio, cuja cabeça Bolsonaro teria pedido por defender as regras sanitárias da OMS no Exército.

Foi um Deus nos acuda. O mundo caiu. O golpe vem aí – era a frase mais repetida na imprensa.

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Dois dias depois, surge a versão de que ao chegar à reunião com Bolsonaro, o ministro da Defesa já estava fora. Não pediu para sair, foi saído.

Em razão de intrigas dos generais Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos, nas quais Bolsonaro embarcou.

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Indícios de quartelada, golpe de estado, autogolpe, virada de mesa, sabe-se lá mais o que, de repente viraram intriga entre generais. Luta pelo poder dentro do poder.

Mas qual teria sido a intriga causadora da queda do ministro da Defesa – se essa versão for a correta?

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Teria alguma coisa a ver com o escândalo das compras milionárias e superfaturadas de cerveja, picanha e bacalhau pelas quais seu sucessor, Braga Netto, irá responder na comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados?

Também ficou difícil entender a razão da queda de Pujol se para o seu posto foi justamente o general Paulo Sergio, que teria enfurecido Bolsonaro e que é próximo de Pujol.

Tal como Chacrinha, Bolsonaro veio para confundir.

Mas ninguém consegue confundir tantas vezes, tanta gente, por tanto tempo. Esperteza demais é a perdição do esperto.

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