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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Governadores-Congresso contra negacionismo bolsonarista

(Foto: Divulgação)
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Frente ampla anti-virus

Semana política quente: governadores viram novos atores principais da cena política dramatizada pelo avanço da pandemia que já matou mais de 255 mil pessoas; unem-se em frente nacional contra o negacionismo do presidente Bolsonaro e atraem as lideranças do Congresso, na Câmara e no Senado, que, em contraste, atuam, por enquanto, de forma descoordenada, em suas prioridades , atacando o acessório e deixando o principal em segundo plano; dos 27 executivos estaduais, 18 decidiram pelo lockdown; confrontam o presidente da República que ameaça não transferir a eles o auxílio emergencial, em discussão no legislativo, se a economia for prejudicada; eles, nesse caso, como ameaçou Bolsonaro, teriam que arcar com as despesas, não o governo federal; o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira(PP-AL), diante do radicalismo e do negacionismo presidencial, corre para aliar-se aos governadores, chamando-os para, juntos, tomarem providências que Bolsonaro se recusa a tomar; nessa proatividade, agora, acelerada, passa por cima, até, do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco(DEM-MG), que, institucionalmente, responde pelos interesses dos Estados e Municípios.

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Choque de poder

Desenha-se, nessa semana, portanto, choque de poder e de intra-poderes em plena pandemia; de um lado, Lira se desgasta com Bolsonaro, pois essa seria a tarefa do presidente, que, no entanto, ameaça governadores, como fez com o governador do Ceará, Camilo Santana(PT), que recusou recebê-lo, no Estado, sob argumento de fugir de aglomerações, campo de caça no novo coronavírus; de outro, Lira puxa orelha dos senadores, interessados em criar CPI da Pandemia, para punir Bolsonaro pelo seu negacionismo irracional, dado que se mostra contrário à vacina; essa, diz o presidente da Câmara, não seria a hora de investigar quem é ou não culpado pela pandemia, mas agir contra a expansão assassina dela; escandalosamente, porém, Bolsonaro, até o momento, sequer promoveu campanha educativa para conduzir população em obediência à ciência diante do seu maior inimigo; o fato é que a pandemia, só agora, um mês depois da posse dos novos líderes, no Congresso, passa a merecer atenção total; nada vinha sendo tocado pra valer, nem no Executivo, nem no Legislativo.

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Rendição à bancocracia

No Senado, Pacheco preferiu priorizar votação da independência do Banco Central, sob pressão dos banqueiros; também, rendeu-se à votação da lei que autoriza BC a receber depósitos voluntários da banca, pagando juros acima da selic; privilégio aos banqueiros, que ficam livres de emprestar suas sobras diárias de caixa à produção e ao consumo, o que força aumento dos juros, que produzem inflação, recessão e desemprego; em meio à pandemia, falta dinheiro para auxílio emergencial, mas sobra para garantir lucro sem risco à bancocracia; Pacheco, também, por pressão da banca, corre para aprovar a PEC emergencial, que destrói conquistas dos servidores e impõe mais restrições aos gastos sociais, enquanto preserva ao mercado o gasto com juros; na prática, a PEC emergencial, que dá calote nos direitos sociais, protege, mais uma vez, sistema financeiro;  subordina tudo, como quer a banca, à sustentabilidade do pagamento da dívida; na prática a dívida está governando o governo, enquanto a recessão come solta por falta de gastos sociais, prisioneiros do teto neoliberal de gastos; ou seja, o presidente do Senado priorizou, até o momento, o interesse da bancocracia, não da população ameaçada pelo virus mortal.

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Samba do crioulo doido

Igualmente, nesse período de pouco mais de um mês de vigência da nova legislatura, o titular da Câmara ajoelhou-se no panteão dos banqueiros; a avenida Faria Lima; como Pacheco, acelerou aprovação da independência do BC, depois de aprovada no Senado, para, em seguida, ser sancionada pelo Planalto; na sequência,  priorizou a tal da PEC da Impunidade, que chamou de PEC da Imunidade, para evitar prisão de parlamentar em flagrante delito; o desgaste, decorrente da sua fuga prá frente, levou-o à derrota da PEC da Impunidade e, consequentemente, a cair na real; para não se desgastar mais nesse assunto sem importância, foca, agora, preferencialmente, na pandemia; para tanto, busca não o apoio do aliado Bolsonaro, que o apoiou para presidência da Câmara, mas dos governadores, embora atropelando, nesse sentido, o presidente do Congresso; devia, ao contrário, fazer frente congressual, como fazem os governadores; o individualismo, porém, falou mais alto, o que demonstrou mediocridade política vigente; o bate cabeça institucional evidencia o óbvio: a pandemia dança ao som do samba do crioulo doido.

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