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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Greve força generais a descongelar economia

Terceira greve durante governo Bolsonaro em cinco meses demonstra exaustão da política econômica neoliberal, que já sofre seguidas derrotas no governo

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Terceira greve durante governo Bolsonaro em cinco meses demonstra exaustão da política econômica neoliberal, que já sofre seguidas derrotas no governo, cujas bases de sustentação balançam, fortemente, diante, agora, dos escândalos do seu maior triunfo, a Operação Lavajato, cujo condutor, ministro da justiça e ex-juiz Sérgio Moro, encontra-se, completamente, desmoralizado.

As denúncias de The Intercepts, não negadas, até agora, fortalecem o presidente Lula, encarcerado pelas manobras de Moro e procuradores, em flagrante desrespeito à Constituição. A sociedade, até então seduzida pelo moralismo do juiz de Curitiba, alçado à condição de herói pela Rede Globo, igualmente, envolvida nas denúncias, está esgotada pela crise econômica, expressa no desemprego de 13 milhões de trabalhadores, 30 milhões de desalentados, 60 milhões de inadimplentes no SPC, ou seja, mais de 100 milhões de não consumidores.

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Capitalismo sem consumidor cria expectativa, há 13 semanas seguidas, conforme atesta pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central, de desastre econômico subconsumista. O país, comandado por ultraneoliberalismo radical, que objetiva destruir estado nacional, como solução econômica ideal, está mergulhado em profundo pessimismo social.

Explode choques entre poderes republicanos, em consequência desse impasse econômico, político e social. O presidente da Câmara, que coordena reforma da Previdência contrária à orientação do Executivo, impõe poder de centro, aliado à oposição, à direita neoliberal, paralisada pelas suas próprias contradições, por não ter resposta objetiva à demanda real da sociedade. Aferrada a pautas identitárias, moralistas e homofóbicas, já sob bombardeio do judiciário, a direita, politicamente, racista, rendida à ideologia antiquada e fundamentalista de um evangelismo pentacostalista medieval, vai perdendo utilidade, no ambiente capitalista pragmático.

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Inimigo da ideologia utilitarista, segundo a qual tudo que é útil é verdadeiro, mas, se deixa de ser útil, deixa de ser verdade, o bolsonarismo direitista, mais divide do que une suas bases, para tocar anti-realpolitik no ambiente do antagonismo de classe congressual.

O ultraneoliberalismo fundamentalista religioso, com o qual os generais convivem com dificuldades, devido às divisões que se evidenciam entre eles, na condução do governo, no âmbito interno e externo, começou a bater biela. Trata-se de proposta incompatível com a realidade, que se desenrola em meio aos interesses conflitantes de classe, que explodem nas ruas, diante da exasperação social produzida pelo desemprego crônico.

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Vive-se já momentos de ruptura, porque a economia, que requer expectativas positivas para sair da estagnação, perde capacidade de dar respostas às demandas sociais. Os neoliberais, que emergiram com o golpe de 2016, congelando gastos socais, por vinte anos, em nome de ajuste econômico fundamentalista, esgotaram-se como proposta.

O titular da Câmara advertiu que, mantido o congelamento, o país vai para o caos social. A pauta, nos próximos dias, portanto, depois do acerto meia boca, na condução da reforma da Previdência, descarnada de suas propostas radicais, como capitalização previdenciária, no lugar do regime de repartição, e desconstitucionalização das conquistas sociais, asseguradas na Constituição de 1988, passa a ser descongelar, urgente, a economia, para que a população não morra no inverno glacial neoliberal.

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