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Guilherme Coutinho

Jornalista, publicitário e especialista em Direito Público. Autor do blog Nitroglicerina Política

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Greve geral, resistência e o fantasma de 2013

Entre as soluções não adotadas institucionalmente, que variam da revolução armada ao refúgio em embaixada, se destaca um clamor por uma greve geral, até que Lula volte à liberdade. O retorno às paralisações, parece sob todos os aspectos, uma decisão acertada, democrática e constitucional

03/10/2015 - São Paulo - SP - Manifestantes da CUT realizaram um protesto “em defesa da Petrobras e da democracia” na manhã deste sábado (3) na Avenida Paulista. Foto:  (Foto: Guilherme Coutinho)
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A greve dos metalúrgicos no ABC, em 1979, foi responsável pela primeira grande vitória política de Lula e também pelo seu primeiro período na cadeia. Durante o movimento grevista, surgiu a ideia da criação do PT, fundado um ano depois, e da CUT, em 1983. Trazendo um grande valor simbólico, quase quatro décadas mais tarde, foi no sindicato dos metalúrgicos, no mesmo ABC, que Lula decidiu apresentar-se à polícia federal, após mais de 50 horas de resistência ao mandado de prisão, persecutório e ilegal, emitido por Sérgio Moro.

A decisão de Lula, erroneamente atribuída a seus correligionários e aliados, de não ter persistido por mais tempo, declarando uma ruptura com as instituições, gerou insatisfação por parte da militância que, pensando na integridade do ex-Presidente, queria a radicalização em várias frentes. O PT, visto, por essa parcela da esquerda, como excessivamente passivo ou democrático, estaria equivocado em todas as suas ações e passou a ser alvo constantes de críticas, ocasionando um surgimento de uma perigosa ala lulista e antipetista na esquerda.

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Entre as soluções não adotadas institucionalmente, que variam da revolução armada ao refúgio em embaixada, se destaca um clamor por uma greve geral, até que Lula volte à liberdade. O retorno às paralisações, parece sob todos os aspectos, uma decisão acertada, democrática e constitucional. Mas antes de mais nada, é importante observar alguns aspectos desse instrumento para que um trunfo não vire uma bomba nas mãos da esquerda, como o já conhecido caso dos 20 centavos.

Uma greve geral, sabemos disso, se faz por meio de sindicatos, associações, partidos políticos e demais entidades da sociedade civil organizada. Então é trabalhando junto com as organizações, e não as atacando, que seria possível construir um debate nesse campo. Ademais, não se deve invocar, em nome das esquerdas, uma greve geral que não vá ter adesão, sob o risco de a expressão cair no total descrédito perante a mídia e a população. Há de se considerar alguns fatores recentes como repressão violenta da polícia em manifestações e o sequestro da CLT pelo trabalho intermitente como dificultadores de engajamento de trabalhadores não militantes.

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O trabalho para um movimento trabalhista agora, é de base, em frente às fábricas e demais meios de produção. Não se inicia uma greve com ataques aos partidos políticos ou reclamações nas redes sociais. Mas essa insatisfação manifestada na internet, mesmo não atingindo o objetivo, pode contribuir para o descrédito das instituições e dos partidos políticos que disputarão as eleições daqui a 6 meses. Hoje, se você enfraquece os partidos de esquerda, você, automaticamente, e de forma inequívoca, está fortalecendo a direita. É uma relação biunívoca.

Não há dúvidas que ações enérgicas e urgentes devem ser tomadas em favor do ex-Presidente Lula, o maior líder político da história do país, o líder nas pesquisas eleitorais e um preso político injustiçado por um juízo parcial. Mas não dá para tentar proteger Lula duvidando sistematicamente de suas decisões e condenado seu partido a todo momento. Esse erro nós já cometemos e ainda estamos sofrendo as consequências.

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