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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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Grupo radical católico tenta impedir missa pelo dia da consciência negra

Ser contra o racismo ou contra qualquer outro tipo de preconceito, não é uma questão de ideologia política ou religiosa. É uma questão de caráter e de consciência humana. Quando somos impulsionados a excluir, subjugar, desmerecer, demonizar, odiar, ou, até mesmo, matar alguém por puro e simples preconceito, estamos defendo apenas uma ideologia. A do mal

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É inegável que a ascensão da extrema direita ao poder, tem provocado muito mais dissonância nas relações sociais. O desprezo e o ódio que esse grupo nutre pela diversidade e pela inclusão social, ainda será responsável por um desastre social de proporções irreparáveis em nosso país.

Encarnando espíritos das profundezas medievais, eles evocam o que há de mais retrógrado e o que houve de mais reprovável na história da humanidade. E, mais uma vez, a religião é usada como divisor de águas, em defesa de um conservadorismo hipócrita e da falta de educação desse grupo, incapaz de se alinhar ao processo evolutivo da civilização.

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Durante uma missa realizada na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, um grupo de radicais extremistas católicos tentou interromper a celebração, que era em homenagem ao dia da consciência negra, sob a acusação de sacrilégio e de desrespeito e profanação à sagrada liturgia da santa missa. Os presentes à igreja estavam diante de uma espécie de reedição das cruzadas. Por sorte, o porte de armas não foi liberado. Do contrário, mais algumas mortes em nome de Deus estariam sido noticiadas.

Inspirados no santo estilo provocativo do “Mamãe falei” e revestidos da autoridade espiritual do MBL, jovens brancos conservadores (tendo sempre um preto no grupo, para não dizer que é racismo) questionaram o pároco quanto ao nível de africanidade adotado na cerimônia. Não satisfeitos, porque perceberam que não lograriam êxito em sua estúpida tentativa de impedir a celebração, os mesmos decidiram rezar um terço em voz alta e em latim, em paralelo à missa que estava sendo celebrada. Um total desrespeito a todas as outras pessoas, que ali estavam com um propósito verdadeiramente mais nobre.

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É fato, que a manifestação de repúdio à missa em homenagem ao dia da consciência negra foi um ato prioritariamente racista. Uma tentativa de proibir a representatividade negra na Igreja. Assim como no período escravagista, onde os escravizados eram proibidos de assistir à missa, que era um privilégio religioso concedido apenas aos senhores de engenho e suas famílias. Se o tema da missa fosse a cultura italiana, se as mulheres estivesse vestidas de “mamas” e se a tarantela ditasse o ritmo da dança e dos louvores, imagino que não teria causado tanta indignação.

A cultura afro está sempre sendo associada a algo inferior, quando não ao mal. As danças tradicionais africanas, os movimentos típicos expressados através delas e os instrumentos percussivos que as caracterizam, quase sempre são associados aos cultos de matrizes africanas. O uso desses elementos na celebração, foi o suficiente para o grupo classificar a missa como herege e pagã. Pura ignorância, uma vez que ali, como pode se constatar nos vídeos publicados na página da paróquia no Facebook, não estava sendo invocada nenhuma presença espiritual diferente daquilo que professa a fé católica.

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Quando nos anos 1980 e 1990, as músicas de Roberto Carlos eram cantadas nas missas, os conservadores da época não fizeram tanto alarde e nenhum padre foi acusado de sacrilégio ou de cometer crime litúrgico. Inclusive, já houve missa realizada apenas com suas canções de temática religiosa. Entre elas “Jesus Cristo”, “Eu quero apenas”, “A montanha”, “Aleluia” e “Nossa senhora”.

O tema diversidade chega para algumas pessoas, sob uma ótica distorcida sobre os seus princípios. A leitura é feita de forma equivocada, baseada no preconceito internalizado no inconsciente desses indivíduos, que não conseguem se libertar das crenças e de conceitos preestabelecidos, que lhes foram transmitidos na infância, pela família, através do meio social em que cresceram, por fatores culturais ou por convicções religiosas.

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Todos nós temos algum tipo de preconceito, que é oriundo dessa programação mental. A nossa memória afetiva, por mais que tenhamos mais idade, ainda costuma associar o presente com o passado. Por isso, é importante estimular a diversidade e o respeito mútuo, para que esses conceitos e padrões erroneamente estabelecidos, sejam erradicados do nosso convívio social. O conservadorismo, em qualquer área, faz com que o preconceito se perpetue.

Ser contra o racismo ou contra qualquer outro tipo de preconceito, não é uma questão de ideologia política ou religiosa. É uma questão de caráter e de consciência humana. Quando somos impulsionados a excluir, subjugar, desmerecer, demonizar, odiar, ou, até mesmo, matar alguém por puro e simples preconceito, estamos defendo apenas uma ideologia. A do mal.

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Senhor, perdoai-os! Mas, eles sabem muito bem o que fazem.

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