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Pedro Maciel

Advogado, sócio da Maciel Neto Advocacia, autor de “Reflexões sobre o estudo do Direito”, Ed. Komedi, 2007

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Guerras e golpes

As reflexões de hoje são sobre a guerra da Ucrânia e o golpe de 2016

(Foto: REUTERS)
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Quando Lula fala paz, eles escutam Rússia, é inacreditável (...). Para os Estados Unidos e a Otan, não interessa a paz defendida por Lula” - Valter Pomar

 “Quem tem coragem de fazer guerras para ganhar dinheiro, também dará um golpe de Estado para controlar o pré-sal” - Rogério José Maciel

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 As reflexões de hoje são sobre a guerra da Ucrânia e o golpe de 2016, por isso abro com as citações acima.  

 Sobre a guerra - Toda guerra é injusta, todos dizem concordar, mas quando Lula fala em paz o chilique é generalizado, por uma razão simples: a paz não interessa àqueles que lucram com a guerra.  

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 O fato: a Rússia invadiu o território de um país soberano, a Ucrânia, desde então, o mundo, especialmente a Europa, tem sido fortemente impactado pela guerra; morrem os que nada têm a ver com as escolhas dos políticos, civis são as principais vítimas (outra vítima é a verdade)

 A OTAN instigou a guerra, e, criada a demanda, Washington deu início às vendas de armas; países que se consideram ameaçados por Moscou, armam-se para o caso de terem de encarar uma guerra com Putin.

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 Cresce o número de mortos na Ucrânia, os EUA pressionam a Europa a isolarem a Rússia - o que faz sentido, afinal, há um Estado agressor e um Estado agredido - e, como escreveu Marcelo Rech: “...vem a Rússia e se achando no direito de determinar o que os outros devem fazer ou não, invade, viola, rouba, estupra e mata”.

 Não há santos em nenhuma guerra, os EUA incentivam a EU a não fazerem mais negócios com Putin, então a Europa deixou de comprar petróleo e gás russos, passando a receber “ajuda” dos EUA, que aumentou em quase 45% a sua prospecção de petróleo para vender para a Europa, além de vender gás a preço pornográfico.  

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 A indústria bélica também dos EUA sorri, pois, a Polônia adquiriu 250 tanques, por US$ 6 bilhões; a Alemanha adquiriu aviões de combate os F-35, fabricados pelos EUA e, além dos aviões, a Alemanha buscou adquirir pelo menos mil mísseis antitanques e 500 mísseis terra ar Stinger e, a “pacifista,” União Europeia autorizou os países-membros a utilizarem, pasmem, os recursos do “Fundo Europeu de Apoio à Paz”, para financiar a compra de armas para a Ucrânia, um fundo de quase 6 bilhões de euros.

 Pessoas morrem em mais uma guerra estupida, para alguns seguirem faturando; os EUA seguem na liderança como principal exportador mundial de armas e a Rússia se mantém na segunda posição.  

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 As guerras são imorais e injustas, como disse John Rawls não podemos separar a Justiça, moral, política e o sistema econômico.  

 Sobre golpes de Estado – O Brasil foi vítima de um golpe de Estado em 2016.  

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 Sim, golpes de Estado existem, não é conversa de “petralhas” e servem, como as guerras, para atender interesses econômicos.

 Para confirmar, basta lembrar que Elon Musk confessou ter participado do golpe na Bolívia, ele disse que golpearia quem fosse necessário para ter acesso às maiores reservas de lítio do mundo, ele escreveu no seu Twitter: “dou golpe em quem quiser. Lidem com isso!”.

 E, Gabriel Lecznieski Kanaan que escreveu: “IMPERIALISMO E GUERRA HÍBRIDA”, demonstrou a participação dos EUA no golpe contra Dilma, a partir da análise de quase três mil telegramas da embaixada norte-americana no Brasil, vazados pela Wikileaks.  

 Ainda há resistência e receio de muita gente de enfatizar a participação dos EUA no golpe de 2016, apesar das evidências que ligam Temer, José Serra, Moro, MBL etc., a grupos estadunidenses.

 Os documentos vazados em 2010 e publicados pela WikiLeaks, foi a base do estudo de Gabriel Lecznieski Kanaan; ele demonstrou como a Embaixada dos EUA acompanhou as políticas durante o governo Lula, em diversos assuntos, inclusive o Itamaraty; como atuou para a contenção e engajamento do projeto de integração regional e projeção global do Brasil; a aproximação do Brasil com a Venezuela; as negociações na OMC e a aproximação do Brasil com a China.  

 O trabalho analisou também como a Embaixada agiu em relação à Estratégia Nacional de Defesa (END) do Brasil nas questões relativas à Central de Lançamentos de Alcântara, no monitoramento da Amazônia, ao programa do submarino nuclear e ao projeto FX-2 - compra da nova geração de caças do Brasil – leilão que a Boeing disputava e agia com o suporte da Embaixada para ser a escolhida; o suporte da Embaixada e do Consulado no Rio de Janeiro às petrolíferas estadunidenses (em especial à Chevron e Exxon) que tinham interesse em explorar o petróleo do pré-sal – e o apoio ao lobby para derrubar a lei que dava prioridade à Petrobras na exploração.

 Ou seja, Gabriel Lecznieski Kanaan concluiu que a política soberana do governo Lula causou incomodo aos EUA em razão do aprofundamento da integração regional, das coalizões sul-sul, ao projeto de desenvolvimento militar tecnologicamente independente dos EUA e à prioridade concedida à Petrobras para a exploração do petróleo do pré-sal.

 Tudo isso levou os EUA a mobilizar suas táticas de regime change para derrubar o governo Dilma Rousseff, treinando e dando suporte a grupos da oposição de direita ao PT que operavam para desestabilizar o governo, especificamente aos agentes da Lava Jato, por meio do “Projeto Pontes” da Embaixada e aos militantes do MBL, através do think tank Atlas Network.

 Ou seja, guerras e golpes de Estado, atendem a interesses econômicos dos países centrais e de suas corporações, que os dominam.

 Essas são as reflexões, aguardo as críticas.

 e.t. a Bela é linda

 Pedro Benedito Maciel Neto, 59, advogado e pontepretano; sócio da www.macielneto.adv.br; autor de “Reflexões sobre o Estudo do Direito”, ed. Komedi; dentre outros; foi professor universitário, secretário municipal em Campinas e Sumaré; Presidente da COHAB e da Fundação Jose Pedro de Oliveira, sendo atualmente Conselheiro da SANASA S.A. – pedromaciel@macielneto.adv.br  

 

 

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