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Jeferson Miola

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Há exatos 5 anos Câmara reunia “assembléia de bandidos” para golpear Dilma

"O impeachment da Dilma foi resultado do banditismo da oligarquia dominante. Ela decidiu, na assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha, romper o pacto constitucional de 1988 e violentar a democracia para conseguir realizar um brutal e avassalador processo de saqueio e devastação do Brasil", escreve Jeferson Miola

(Foto: Reprodução)
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Há exatos 5 anos, em 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados reunia-se para golpear a democracia e derrubar a presidente Dilma Rousseff por meio do impeachment fraudulento.

O PSDB comprou o texto farsesco do pedido de impeachment por R$ 50 mil reais junto a Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

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A escolha do dia da votação na Câmara – um domingo – era parte da pantomima jurídico-midiático-militar-parlamentar. Aquele dia trágico para a democracia foi transformado num show de auditório da Rede Globo dedicado à “família brasileira”.

Enquanto a mídia nativa, dominada pelo ódio cego ao PT, se excitava com o êxito do movimento golpista, a imprensa internacional se escandalizava com o show de horrores daquela sessão escatológica.

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O comentarista português Miguel Sousa Tavares, que acompanha a cena política brasileira desde 1985 e conhece bem o país, definiu de maneira genuína os acontecimentos dantescos daquele 17 de abril de 2016:

Devo dizer que nunca vi o Brasil descer tão baixo. Quanto ao que se passou no Congresso brasileiro ultrapassa tudo o que é discutível; não existe. Foi uma assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha fazendo a destituição de uma Presidente sem qualquer base jurídica nem constitucional para tal, mas, sobretudo, com uma falta de dignidade que eu até diria que é de arrepiar”.

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Bolsonaro, então um dos integrantes da “assembléia de bandidos” e, à época, já pré-candidato presidencial para 2018 [cuja candidatura fora lançada ainda em 29 de novembro de 2014 no pátio da AMAN], dedicou o impeachment ao coronel Brilhante Ustra, “o pavor de Dilma Rousseff”.

Referindo-se à manifestação infame do Bolsonaro, Miguel Tavares disse que “foi uma bandalheira tudo aquilo […] havia um deputado que se atreve a elogiar o coronel Ustra, um torturador da ditadura militar que torturou o marido da Dilma na frente dela” [vídeo aqui].

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Antevendo a escalada militar que se seguiu com a tomada de poder pelos generais na eleição manipulada pela Lava Jato em 2018, Miguel Tavares disse, com poder visionário: “Olhando para o passado brasileiro, as coisas estão maduras para um golpe militar”.

O resto da história é conhecido.

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Em 5 de maio de 2016, apenas 18 dias depois da assembléia geral de bandidos, e quando a engrenagem golpista já não corria riscos de ser revertida, o finado ministro do STF Teori Zavascki determinou o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara.

O estranho – ou compreensível, à luz da lógica golpista – é que Teori estava pendente de decidir a respeito desta denúncia da PGR contra Cunha desde 15 de dezembro de 2015.

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Na decisão de 5 de maio de 2016, Teori disse sobre Cunha aquilo que poderia ter dito em 15 de dezembro de 2015, 126 dias antes:

o Deputado Federal Eduardo Cunha, …, além de representar risco para as investigações penais sediadas neste Supremo Tribunal Federal, é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada. Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas. Pelo contrário, o que se extrai de um contexto constitucional sistêmico, é que o exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a vontade da Constituição, sobretudo a que está manifestada nos princípios de probidade e moralidade que devem governar o comportamento dos agentes políticos”.

É bem provável que o impeachment não prosperaria se o STF tivesse afastado o “pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição” ainda em dezembro de 2015, como corresponderia se as instituições estivessem “funcionando normalmente”, como cinicamente costuma afirmar os golpistas sobre a falsa normalidade institucional.

O STF só se decidiu por afastar Cunha no momento que tal decisão já não colocasse em risco o prosseguimento do golpe de Estado.

O impeachment da Dilma foi resultado do banditismo da oligarquia dominante. Ela decidiu, na assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha, romper o pacto constitucional de 1988 e violentar a democracia para conseguir realizar um brutal e avassalador processo de saqueio e devastação do Brasil.

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