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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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Há generais demais no Governo e iniciativas de menos no Planalto

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante cerimônia de cumprimentos aos Oficiais-Generais recém- promovidos e Cerimônia de entrega da Medalha da Vitória e da Medalha Militar. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Estamos numa situação absolutamente esdrúxula para uma  democracia. Nem no governo militar tivemos tantos militares no governo, sendo um bom número deles generais  da reserva de quatro estrelas. Em princípio, não se deve ter preconceito quanto a isso. Sem a farda, voltam a ser civis. Mas as qualidades pessoais indicam sua adequação ao cargo. A maioria dos generais que está aí em postos ministeriais não tem conhecimentos da área em que atuam. Alguns são assessorados por outros militares. Cegos conduzindo outros cegos. Outros se arrogam a assessorar ministro do Supremo Tribunal Federal.

Até aqui, nenhum desastre maior. O Presidente é um capitão medíocre em política cercado por gente medíocre costumada apenas a atacar verbalmente os outros. O despreparo desses generais para a administração pública é evidente na medida em que, passado meio ano do governo, nenhum deles apresentou qualquer programa de ação. Nisso se equiparam a Bolsonaro. Durante toda a campanha não indicou qualquer plano para o país. Apenas despejou ódio no PT e nos socialistas. E é isso que temos tido até agora, num país com desemprego recorde.

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Os generais em silêncio não são piores que os poucos que falam. Nesse campo o campeão é o general Heleno. Até o momento ele não deu conta da cocaína no avião presidencial, algo inequivocamente de sua órbita de atuação, mas cuja descoberta pela polícia de Sevilha ele considera “falta de sorte”. Entretanto, ele se mostrou muito valente para condenar Lula à morte por corrupção. Deu murro na mesa. Um espetáculo de bravura diante de um grupo de jornalistas pacíficos e ao lado da figura severa do Presidente.

Perdoa-se a Heleno por sua condição física. Tem fortes dores de coluna, não resolvidos por operação, durante 24 horas por dia. Isso o deixa exasperado. Sua família o quer em casa. As dores, num homem normal, seriam consideradas insuportáveis. Mas ele é firme. Acha que, antes de se aposentar definitivamente para usufruir da fortuna da família, deve ajudar Bolsonaro a matar Lula e liquidar com os socialistas no Brasil e no mundo. Nesse sentido, é mais messiânico que o patrão Messias. É um verdadeiro general em combate.

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O que falta a Heleno são alvos materiais. Se fosse no Haiti, onde ele comandou a força brasileira de paz, a coisa  seria mais simples. Lá ele chefiou o massacre de 66 negros enredados com milicianos e teve como único castigo o pedido da ONU ao governo brasileiro para que fosse retirado do comando. Talvez daí venha sua verve amarga. Ninguém com tanta morte nas costas, fora quando se está em situação de guerra, pode dormir sem remorsos: as dores físicas devem se misturar com as dores da alma. Ou ele não é humano.

Os generais brasileiros da força de paz da ONU, e não só Heleno, tomaram um banho de economia política dos norte-americanos. Não sei se eles se deram conta do experimento neoliberal patrocinado pelos Estados Unidos no menor país do mundo. Em nome do neoliberalismo, os haitianos, por pressão norte-americana, tiraram todas as tarifas protetoras da produção interna de arroz. Exportadores norte-americano de arroz ocuparam o mercado e destruíram as culturas locais. Passado um tempo, o presidente Clinton pediu desculpas.

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Guardadas as devidas proporções, o acordo com a União Européia assinado pelo Brasil em nome do Mercosul é da mesma essência do haitiano. Se confirmado, vamos retirar as tarifas para importações industriais européias e de serviços (construção) liquidando a produção e os empregos internos por falta de condições tecnológicas de concorrer. O acordo nos torna simplesmente idiotas, em favor dos espertos europeus. Não vi os quatro estrelas do governo, protegidos em seus empregos, protestarem em nome da nação. Em algum momento, no futuro, alguém pedirá sinceras desculpas ao povo brasileiro.

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