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Emir Sader

Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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Hipocrisia e isolamento internacional de Temer

"O que se prepara com Temer não é o dialogo nacional, mas a vingança dos setores ricos contra os pobres, com monstruosos objetivos sociais e de liquidação do patrimônio público", diz o colunista Emir Sader; "A hipocrisia de Temer resume a virada da imagem internacional do Brasil, que diante da imagem do Lula, contrasta ainda mais, revelando que se trata de uma conspiração barata, de fôlego curto, de vingança contra os direitos sociais que os governos do PT reconheceram e garantiram. A imagem do país no mundo, revelada pela mídia internacional, condena o projeto Temer ao isolamento e à condenação"

25/04/2016 - Vice- presidente Michel Temer - fotos solo Michel Temer, Vice-Presidente, fotos solo Foto: ASCOM- VPR (Foto: Emir Sader)
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Conforme Temer vai conformando seu engendro de equipe de governo, juntando os personagens mais sinistros da politica internacional a porta-vozes do modelo clássico do FMI, a mídia internacional consolida a mais espetacular reversão da imagem do Brasil no mundo e ameaça a Temer com um isolamento internacional que coloca mais obstáculos ainda a seus projetos.

Inicialmente a opinião puública internacional era informada pelas agencias de noticias que, por sua vez, como fazem sempre, reproduziam o que dizia a imprensa brasileira. O Brasil seria mais um caso de queda espetacular de um projeto de governo populista, que revelava o seu fundo, composto de corrupção e incompetência econômica. Depois de vender no mundo uma imagem de país que combatia a miséria e a desigualdade e contava com grande apoio popular, o projeto do Lula revelava sua verdadeira cara: tinha se financiado com a corrupção das empresas estatais, que tinham permitido a eleição e reeleição sucessivas, até que a sociedade foi se dando conta da verdade, a partir das investigações corajosas de juízes independentes, que levavam à prisão empresários e políticos do PT, responsáveis pela farsa. Dilma, Lula e o PT se revelavam uma grande pantomima, condenados pela opinião publica democrática – esse o desenlace do que havia acontecido no Brasil neste século.

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O espetáculo estava montado para mais uma “revolução democrática”, estilo leste europeu. Até cores ja tinha: o amarelo da camisa da CBF, no país do futebol, com que uma classe media democrática saia às ruas, para defender um Brasil sem corrupção e sem demagogia.

Um politico discreto, mas aberto ao dialogo com todos os setores da sociedade, vice presidente – como no Paraguai -, se propunha a recompor a democracia brasileira e a reabrir o pais para a economia internacional e suas tradicionais alianças com os Estados Unidos. Tudo estava pronto para um grande final da farsa do Brasil lulista, para que o pais se unisse à Argentina, para desmontar a anomalia sulamericana contra o neoliberalismo.

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Mas conforme a crise foi se aprofundando, a mídia internacional foi mandando correspondentes com seus respectivos fotógrafos, para testemunhar os contornos do grande final e o bom recomeço. Foi fatal para a mídia brasileira essa vinda e o contato direto com a realidade, para desmistificar a imprensa a brasileira e construir uma visão acorde com a realidade.

Nunca houve um consenso tão amplo de condenação sobre o que ocorre no pais como o que foi se estabelecendo pela mídia internacional, em contato direto com o que efetivamente ocorre no pais. A imagem do Brasil virou de cabeça para baixo e quem comparar o que os mesmos órgãos diziam há um tempo e o que dizem agora, parecem dois países diferentes.

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Os personagens mudam de lugar: o núcleo corrupto da politica brasileira está na oposição, no projeto golpista. Um golpe que busca livrá-los das garras da Justiça, enquanto não ha provas nem contra a Dilma, nem contra o Lula. A tal classe média democrática se revelou ser expressão do extremismo fanático de setores que pedem o retorno da ditadura e elogiam a tortura. O Congresso resume o que de pior tem a política brasileira e o Judiciário é conivente com a ruptura do Estado de direito.

O que se prepara com Temer não é o dialogo nacional, mas a vingança dos setores ricos contra os pobres, com monstruosos objetivos sociais e de liquidação do patrimônio público. A mídia brasileira nunca mais vai recompor sua imagem no mundo, tudo o que ela difundir vai ser recebido com desconfiança.

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Os próprios projetos de abertura internacional do Temer encontrarão dificuldades enormes, pela imagem que seu projeto tem, de forma consensual, no plano internacional. (Ainda mais se cair na besteira de colocar um personagem desmoralizado e antipático como o Serra para a politica internacional, o que so pode consolidar o isolamento do pais.) Dificuldades politicas e econômicas, suspeitas, ainda mais com a campanha por que o povo brasileiro, mediante eleições, decida o destino do pais, ao invés de um vice que conspirou abertamente pelo golpe a seu favor, para se beneficiar e a seus amigos, refugiando-se das investigações de corrupção em que todos estão envolvidos.

A hipocrisia de Temer resume a virada da imagem internacional do Brasil, que diante da imagem do Lula, contrasta ainda mais, revelando que se trata de uma conspiração barata, de fôlego curto, de vingança contra os direitos sociais que os governos do PT reconheceram e garantiram. A imagem do país no mundo, revelada pela mídia internacional, condena o projeto Temer ao isolamento e à condenação. 

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